O governo federal gastou mais em ações publicitárias para o que chamou de "cuidados precoces" do que em campanhas em prol da vacinação contra a covid. A reportagem é de Hanrrikson de Andrade.
Dados da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), enviados à CPI da Covid no Senado, mostram que ações publicitárias até abril deste ano relacionadas à vacinação representavam apenas 6,2% do montante dos "cuidados precoces".
Até outubro de 2020, a Secom havia autorizado o empenho de R$ 19 milhões nas ações categorizadas como "cuidados precoces", contra R$ 1,2 milhão para a divulgação da importância da vacinação.
O termo "cuidado precoce" é uma derivação do "atendimento precoce", expressão adotada pelo governo na tentativa de driblar a polêmica relacionada ao incentivo do presidente da República ao uso da cloroquina e de outros remédios sem eficácia comprovada no tratamento da covid-19.
Entre as contratações feitas pela Secom, mais de R$ 1,3 milhão foram utilizados para custear serviços de marketing com influenciadores digitais. A informação foi revelada em reportagem da Agência Pública republicada no UOL.
Procurado pela reportagem, o ministério não especificou qual foi o valor desembolsado com a divulgação do PNI (Plano Nacional de Imunização).