A falta de medidas efetivas para controlar a disseminação do SARS-CoV-2 levou o Brasil a ser, juntamente com a África do Sul, o principal polo de mutações do novo coronavírus no mundo.
O registro consta em artigo científico publicado na sexta-feira (10) no periódico Viruses, ao qual o repórter Carlos Madeiro teve acesso. Produzido por seis cientistas brasileiros, o estudo avaliou a distribuição das mutações nas cinco regiões brasileiras entre março de 2020 e junho de 2021 e as comparou com o restante do mundo.
No Brasil, uma nova linhagem de mutação foi achada a cada 278 amostras. Na Europa, por exemplo, esse número foi de uma a cada 1.046 amostras.
Ao todo, os tipos de SARS-Cov-2 brasileiros foram classificados em nove diferentes clados, que são agrupamentos que incluem um ancestral comum e todos os seus descendentes vivos e extintos.
O estudo mostrou que, até junho de 2021, o Brasil teve a presença de 61 linhagens SARS-CoV-2 nas cinco regiões brasileiras, com alta predominância da variante Gamma.