Investidores começam a semana só pela quarta-feira, dia em que o Banco Central decide a nova taxa de juros do país. Vinha tudo sob controle, até o tsunami fiscal da semana passada, quando o ministro Paulo Guedes decidiu demolir o teto de gastos do país para pagar o Bolsa Família turbo.Imprimir dinheiro para dar às famílias gera inflação pelo excesso de reais circulando e pela insegurança dos investidores de que o governo conseguirá pagar suas dívidas. Nisso, eles levam seus dólares para fora do país e reduzem o valor da nossa moeda ainda mais. É uma espiral negativa para a economia.
Agora, o mercado espera que a Selic subirá no mínimo 1,25 ponto percentual, a 7,5%. O país não tinha uma taxa de juros tão alta desde 2017.
Juros mais altos também reduzem a capacidade de empresas gerarem lucros, já que o custo de financiar investimentos sobe. Não só. O potencial de retorno a investidores começa a deixar de fazer sentido frente o risco que eles precisam correr na bolsa – daí a migração para a renda fixa (leia em market facts).
Existe um alívio para o mercado local: a temporada de divulgação de resultados das empresas começa a ganhar tração com EcoRodovias, EDP Brasil, Neoenergia e TIM. Ao longo da semana, chegam os primeiros resultados de bancos.
Enquanto isso, lá fora investidores começaram a semana de bom humor, contrariando um tanto o noticiário. Há um novo surto de Covid em algumas regiões da China, Moscou adota lockdown para conter recordes de mortes e o petróleo, apesar de tudo, continua disparando.
VC S/A