A versão final do relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) prevê o indiciamento de Jair Bolsonaro e outras 65 pessoas, incluindo três filhos do presidente, além de duas empresas. O texto será apresentado oficialmente na sessão de hoje da CPI da Covid — leia a íntegra do documento — e deverá ser votado na próxima terça-feira.
Por acordo entre parlamentares, serão atribuídos dez possíveis delitos a Bolsonaro, entre eles epidemia com resultado de morte e crimes contra a humanidade. É a primeira vez na história que uma comissão parlamentar aponta uma lista de crimes tão extensa atribuídos a um presidente da República.
A acusação de genocídio a Bolsonaro provocava divergências entre os senadores e foi retirada do texto. Em entrevista ao GLOBO, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), explicou a resistência: “O Bolsonaro fez aglomerações propositadamente, pregou a imunização de rebanho, foi charlatão prescrevendo medicamento sem eficácia... O meu medo é esse crime (genocídio) ser arquivado no futuro e os outros dizerem ‘está vendo, eles estavam errados’”.