Com o “Cordel Operístico Lua Alegria”, o poeta e cantador Paulo Matricó homenageia o Velho Lua com seis apresentações. Temporada conta, ainda, com quatro workshops gratuitos sobre história e produção de cordel
Contar cantando. É assim que o poeta, pesquisador e cantador Paulo Matricó relembra a vida e obra de Luiz Gonzaga. Com o “Cordel Operístico Lua Alegria”, ele vai circular por seis municípios pernambucanos dentro da programação da 30ª edição do Janeiro de Grandes Espetáculos, em parceria com o Sesc Pernambuco e incentivo do Funcultura. O espetáculo contemplará Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata Note, Agreste e Sertão e ainda vai oferecer quatro workshops de literatura de cordel. A primeira agenda será em Garanhuns, nesta quinta-feira, dia 11.
“A gente precisa falar sempre de Luiz Gonzaga. Ele é eterno pela sua representatividade cultural, importância na música, legado das obras e das parcerias que perduram”, defende Paulo. Nascido em Tabira, ele compartilha com o Velho Lua as raízes sertanejas e a forma de enaltecer e contar a vida e costumes das pessoas de forma simples e popular. Gonzaga, com a música e Paulo, com o cordel.
E foi por meio desta linguagem literária que Paulo decidiu homenagear o cantor. Primeiro, com a produção de um cordel, que foi publicado em livro na primeira bienal do livro de Brasília em 2012. Depois, com a transformação da obra em um espetáculo. “Quis fazer uma homenagem a ele, mas de uma forma diferente dos tributos já realizados. Temos uma narrativa própria, autoral, que conta o caminho de Luiz saindo do Nordeste para conquistar o mundo, mostrando vida e obra”, explica.
O espetáculo tem duração média de 1h, é dirigido por Luiz Manuel, com produção geral de Pedro Castro. Ele é dividido em três atos costurados por trilha musical executada ao vivo. No palco, voz, sanfona, violoncelo, viola, percussão e flauta acompanham a narrativa, que, por vezes, se conectam a algumas das mais conhecidas músicas cantadas por Gonzaga. Além de Paulo Matricó e Elis Mariana, sua filha, como intérpretes, mais cinco músicos compõem a peça, que aposta nas projeções de xilogravuras e imagens como cenário.