segunda-feira, 27 de outubro de 2014

NOVO GOVERNO: PT pode se reaproximar do PSB

Passada a campanha, as feridas devem cicatrizar. Segundo a própria presidente Dilma, o momento é de união e diálogo. O coordenador da campanha petista no estado, senador Humberto Costa, afirmou que o governo entendeu o recado das urnas pela mudança. A falta de diálogo era uma das queixas de Eduardo Campos, que rompeu e gerou uma nova opção ao país. Até Lula andava reclamando que não era ouvido por Dilma.

Pelas palavras de Humberto, entende-se que a mudança que o povo quer não é a da presidente, mas da forma de governar. Nas primeiras palavras de Dilma também aponta nesta direção. Além da união e o diálogo, a presidente elegeu uma de suas prioridades a reforma política.

Neste novo momento de diálogo, que já se iniciará ainda no calor das urnas para compor a nova base de sustentação do governo no Congresso Nacional, que terá 28 partidos políticos representados a partir de 2015, alguns grupos são estratégicos. Entre eles, prioridade para recuperar alianças com antigos aliados, como o PTB, que estava desde o primeiro turno no palanque de Aécio. Não deve ter dificuldades.

A nova cara do governo terá o governador da Bahia, Jaques Wagner, em papel chave, provavelmente na Casa Civil. Outros nomes relativamente novos no Planalto ganharão mais espaço, como Miguel Rosseto. Mercadante continuará prestigiado. Aliás, a própria propaganda eleitoral dizia de um Novo Governo com Novas Ideias, com a mesma presidente.

E aí entra o diálogo com o PSB, que depois de Eduardo Campos, viu-se dividido, embora ainda sob o comando da ala pernambucana, que rumou para Aécio. Os socialistas fizeram três governadores. Ricardo Coutinho, da Paraíba, que já estava com Dilma, e Paulo Câmara (PE) e Rodrigo Rollemberg (DF) que continuaram no grupo de oposição à reeleição da presidente.

O PSB cresceu no senado e na Câmara, e tem um grupo influente que pode crescer ainda mais. Outros partidos como o PPS e o PMN podem se juntar à sigla socialista, deixando de existir e fortalecendo ainda mais o atual PSB. Pode ser a terceira bancada da Câmara. O PT perdeu 18 deputados na Câmara e 12 senadores, além de 24 deputados estaduais.

A Revista IstoÉ já aponta o desejo petista de se reaproximar destas legendas, principalmente o PSB, que virou uma espécie de porta voz dos desejos de mudança não representados pelas duas principais forças políticas do país. Contar com o PSB novamente daria discurso e sustentação a um governo que quer recomeçar, dialogando.

Resta saber como reagirão os socialistas. Divididos estarão enfraquecidos. Podem caminhar para o convívio governista, ou continuar acreditando na mudança, fazendo parte do projeto do PSDB, que aliás já ofereceu ao PSB a vice-governadoria do estado de São Paulo. Caso Geraldo Alckmin seja o candidato tucano em 2018, o PSB pode indicar também a vice.

Duas coisas são certas. Não dá pra ficar dividido, e não deve ter nomes competitivos para disputar a presidência em 2018, já que Marina deve cuidar de seu próprio partido. Então o PSB deverá escolher de qual lado quer ficar.

Assim como muita gente não entendeu a Nova Política proposta por Eduardo, pode ser que as pessoas esperem para entender que novo governo de Dilma será este.

Esta decisão não precisa ser agora, depende justamente de diálogo, mas também não poderá passar do ponto, pois os representantes da presidente já têm os nomes dos eleitos que estarão ocupando cadeiras no Congresso Nacional.

Para ler a matéria da Revista IstoÉ, clique aqui.

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