quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A falta de apoio para o Festival de Cinema Francês - por Genaldo Barros


Caro Ronaldo,

Garanhuns poderia ter sediado um festival de cinema francês, dentro das comemorações do Ano da França no Brasil. Nós representamos o projeto no âmbito da região Nordeste. Fizemos o primeiro contato em novembro de 2008, quando o prefeito recebeu os representantes franceses e tudo foi muito bem aceito. Em janeiro, com a mudança de secretário, voltamos a contactar e tivemos o primeiro revés. A Secretária interina, alegou falta de recursos e que não teria condições de arcar com a contrapartida de cinquenta mil reais e mais as despesas com transporte, hospedagem e alimentação da delegação que viria: produtores, diretores, atores e oficineiros franceses. Quando a nova Secretária assumiu, voltamos com a proposta de fazermos a mostra que, de pronto, foi aceita pela secretária. Depois, voltamos lá para acertar os detalhes, quando fomos informados de que não haveria verba para o evento. Quando os franceses já estavam no Brasil, voltamos à secretaria, propondo a realização da mostra sem contrapartida. Só com as despesas de transporte, hospedagem e alimentação. Proposta aceita, passamos a tratar dos detalhes. Quando faltavam dez dias para o evento, percebemos uma enorme falta de interesse, demostrada pela representante que tratava do assunto conosco, até ficar claro que não havia condições de realizá-lo com o apoio da Prefeitura. Resultado: enrolaram o tempo todo para, em cima da hora, sair do processo e apostar no seu fracasso. Mas, com o apoio do Hotel Tavares Correia, de Comercial Ramos Bezerra, Chocolate Sete Colinas e a participação imprescindível de Edmilson Vieira, tornamos viável e foi um grande sucesso. Tivemos que assumir despesas. Mas, entendemos que seria uma oportunidade ímpar de estabelecer uma relação internacional para Garanhuns. Cultura para essa adminstração, é botar gente na praça pra gritar o nome de Izaias Régis. E o poder público financiar a cultura da "rapariga, gaia, cabaré e cachaça" que, pode até contrubuir para levantar a auto estima do povo. Mas, não pode ser financiado como se tivesse financiando a cultura.
Genaldo Barros
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Agora comigo: Sentimos um "baque" com o cancelamento do Festival Literário. Agora esta falta de apoio e compromisso com um Festivel de Cinema que poderia estreitar laços com importantes produtores europeus. Daí, fico com uma impressão que estamos trabalhando a cultura de votos, e não a cultura de nossa gente, da nossa produção cultural e a troca de experiências. Não podemos tratar eventos de massa como cultura, ali não se faz cultura, é o entretenimento, que também é salutar, mas não pode colocar em xeque o investimento verdadeiro a ser feito, no patrimônio intelectual de um povo. Pode ser cinema francês ou um pé-de-serra de Mané Chéu.
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Imagem meramente ilustrativa.
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