Oi Ronaldo,
Infelizmente o caso da FAMEG já havia sido julgado no STF, em decisão do ministro Eros Grau, e já sabíamos que não haveria como reverter. Nesse caso o que nos faltou foi sentar antes do fato consumado para buscar alternativas, e algumas Garanhuns sugeriu. Não estávamos preocupados com política, com poder ou qualquer outra coisa. Pensávamos naqueles alunos que acreditaram e sonharam, e sonhos não têm preço, frustração não se indeniza. O vereador Ary me procurou e fomos juntos ao Conselho Estadual de Educação e lá ficamos cientes das alternativas, entretanto como está explicitado no seu blog, a FAMEG pertencia a uma instituição particular e não seria apenas uma decisão do município ou do estado para absorver a faculdade, pois envolveria transformar a mesma em instituição pública, sujeita a todas as regulações e regulamentações que norteiam a coisa pública, inclusive auditoria do TCE, etc. Não teria donos. O Vereador Ary inclusive já marcou três reuniões com o reitor da Universidade de Pernambuco, professor Calado, para tratar do caso da faculdade de medicina mas nas três vezes a secretaria do reitor cancelou a reunião por causa de outros compromissos que apareceram. Não é fácil não. Há uma campanha nacional do conselho de medicina para não abrirem cursos nesse próximos cinco anos, inclusive estou com o manifesto, recebi em São Paulo. Além do mais, Caruaru já está abrindo medicina com a UFPE. Digo, não é fácil, mas não é impossivel! O grande problema é com a instituição do Tocantins e o MEC, problemas anteriores que dificultaram qualquer negociação. O deputado Izaias Régis falou comigo quando estava no MEC e ficou surpreso quando soube, através do ministro Fernando Hadad, da dimensão da coisa toda e embora tentasse com todas as argumentações não havia como ajudar muito, o que foi possível ele fez. Aproveitando, nem mesmo o presidente Lula conseguiria reverter o fechamento da FAMEG, por conta dos aspectos legais que impediam a continuidade da tramitação do projeto junto ao MEC (isso está escrito no relatório do ministro do STF e votado pelos demais ministros, não sou eu quem diz) No caso, deixamos primeiro o doente morrer para tentar ressucitá-lo. Lamento por Dr. Marcio Quirino e sua equipe, que lutaram muito pelo projeto, que acreditaram e empenharam suas palavras . A sensação que tenho é que ficaram sós. Não por Garanhuns, não pelas pessoas que de fato e de direito tentaram ajudar, e foram muitas (inclusive a imprensa) mas pela própria instituição originária, e aqui peço perdão se estiver enganada e falando do que desconheço, que nunca priorizou a FAMEG como projeto dela e não usou o prestígio político que tem para salvar o que implantou, como se nós aqui das "brenhas" de Garanhuns não merecêssemos o esforço e nem os custos políticos que adviriam dessa luta para os gestores das universidades de Minas Gerais e do Tocantins. Quem tem um "império" educacional não vai se preocupar com uma faculdade que para nós era essencial mas para eles era apenas mais uma. Falei por telefone com um dos donos da faculdade, sugerimos o que nós em Garanhus poderíamos fazer e o mesmo agradeceu mas disse que iria resolver. Foi logo que surgiu a possibilidade de fechamento. Está aí nossa tristeza registrada e Garanhuns mais uma vez perde. Que isso não nos desanime mas impulsione a buscar e acreditar mais na nossa cidade.
Abraço e obrigada!
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