Eu estava no Recife na semana passada, quando recebi um e-mail na quarta-feira convidando para uma entrevista coletiva na manhã da quinta, para se falar sobre o Festival de Inverno. Não pude ir, claro! Amigos que foram me disseram que havia apenas cinco profissionais de imprensa, sendo dois ou três deles ligados a prefeitura. É claro que não se faz uma boa avaliação assim, e nem sei se ela deveria ser pública.
Garanhuns precisa fazer um verdadeiro raio-X do seu festival, saber o que de fato está deixando pra nossa gente. Não apenas esses números apresentados. Quem sabe atéw um seminário em que possamos discutir tudo, mas tudo mesmo pertinente ao nosso maior evento anual. Aspectos das oficinas, infra-estrutura, programação, segurança, participação dos artistas de Garanhuns, participação social do comércio da cidade, investimentos oficiais e muito mais.
Por exemplo, muitas casas são alugadas, é um dinheiro extra-oficial que entra em Garanhuns. Quanto? R$ 100 mil? 200 mil? E do dinheiro oficial, daquele investido pela Fundarpe, dos R$ 8 milhões, quanto de fato fica em nossa cidade? Qual está sendo verdadeiramente nossa participação nesta grande festa? Disseram-me que há 4 anos, no último Festival de Inverno da era Jarbas, o FIG custou 3 milhões e a contrapartida de Garanhuns teria sido de R$ 700 mil. Hoje em dia o Festival está custando R$ 8 milhões e a prefeitura gastou em valores monetários menos de R$ 100 mil. Discrepância! Já se sabe que TODOS os nossos artistas juntos estão recebendo apenas R$ 56 mil reais, da prefeitura. Muito pouco! Se fossem pagos pela Fundarpe esse dinheiro triplicaria, ou ainda mais! E ficaria em Garanhuns. Nossa gente contratada pela Fundarpe é para fazer apenas o serviço de produção "básicão", os mais simples mesmo, qualquer função melhor é para gente de Recife. Ou seja, um dinheiro que sai de lá, é gasto aqui, mas para o pessoal de lá. Como é pago lá, nem passa por aqui! Nem nossos comunicadores apresentam os shows de palco mais. Uma apresentadora se enrolou todinha pra falar Ibirajuba e depois perguntou o que era aquilo! Em praticamente todos os palcos vimos uma total falta de empatia! Caso fossem daqui, o dinheiro ficava aqui. E ainda tem a visibilidade de palco para nossos radialistas, que passam o ano todo cumprind uma função social que depois, em seu principal evento, Garanhuns desmerece!
Precisamos sim de uma avaliação, mas dessas onde também se podem falar as coisas ruins! Pelo bem da cidade e do Festival, porém mais importante que isso, é falar e as realizadoras do evento ouvirem e acatarem, pois até mesmo durante o Festival, a Fundarpe fez questão de deixar bem claro que a prefeitura de Garanhuns apenas apoia o evento e a logomarca da prefeitura ficou tão pequenininha nas faixas e testeiras de palco que nem parecia. Não podemos perder o brio de lutar pelo que é nosso! Portanto, a nossa preocupação não é apenas com a programação do Festival e sua infra-estrutura, que continua grandiosa, mas com os rumos e o ingerenciamento que mutila a participação de nossa gente em nosso maior evento!
Vamos aos números do Festival de Inverno 2010.
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Os números do Festival de Inverno 2010 foram apresentados pela Secretaria de Turismo durante coletiva sobre o evento, realizada na última quinta-feira, dia 29, no auditório da AESGA. Os números foram obtidos após pesquisa de opinião realizada por profissionais da Secretaria Municipal de Turismo. O Estudo ouviu 535 turistas que visitaram a cidade durante a realização do Evento.
Segundo informações prestadas pela secretária de Turismo, Gabriela Valença, diversos hotéis conseguiram atingir lotação total durante os 10 dias do evento, como é o caso dos hotéis Tavares Correia, Garanhuns Pallace, Rodrigues, Figueiredo e Azevedo 1 e 2. Nos demais estabelecimentos a taxa de ocupação foi de 75% durante a semana e de 100% nos finais de semana. Além disso, o serviço de cadastramento de residências realizado pela Prefeitura também foi positivo. Das 315 casas cadastradas pela Secretaria de Turismo, cerca de 200 foram ocupadas, gerando renda para os seus proprietários. O comércio informal também movimentou mais de 600 comerciantes.
A pesquisa também revelou o perfil do turista que visitou Garanhuns durante o 20º FIG. Vinte e sete por cento dos visitantes vieram da Região Metropolitana do Recife; 22% dos demais municípios pernambucanos; 15% do estado de Alagoas e 28% dos demais estados nordestinos. O estudo também questionou aspectos, como: motivo da viagem; meio de hospedagem; quantas vezes o turista já esteve na cidade e o que mais o agradou no Município. Também foram revelados os atrativos turísticos mais visitados; a possibilidade de volta do turista, bem como os fatos negativos do Evento. “Também foram avaliados os serviços prestados na cidade, com destaque positivo para a hospitalidade do nosso povo e a limpeza urbana, que agradaram a 98 e 95%, respectivamente, dos nossos visitantes. Já o Serviço de Táxi e as condições do Terminal Rodoviário obtiveram os menores percentuais de satisfação, sendo de 50% e 65%, respectivamente”, revela Gabriela Valença, que complementa, “Os nossos visitantes também deixaram criticas e sugestões que iremos analisar e buscar corrigir ou implementar no próximo FIG, como: melhorar a programação de encerramento; ampliar a oferta de transporte coletivo e de táxi; disponibilizar espaços públicos para campping; ampliar a capacidade do teatro; ampliar horários dos informativos turísticos e melhorar o acesso ao atrativo turístico do Castelo de João Capão, este último, que já vem sendo solucionado, pois estão sendo executas as obras de drenagem e pavimentação naquela localidade”.
Vale salientar que pelo quarto ano consecutivo, a segurança do Evento também foi um dos pontos altos. 465 homens das policias civil e militar, bem como bombeiros militares trabalharam durante o FIG, registrando pequenas ocorrências.
com informações da Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura