sábado, 16 de outubro de 2010

Antecipando a campanha presidencial de 2014


Ao final desta campanha teremos um Presidente da República para o quadriênio 2011/2014. E o perdedor? Bem, a este uma certeza - Não terá outra chance de vestir a faixa presidencial. Se der Dilma, Serra passa o bastão para Aécio como presidenciável em 2014. Se der Serra, Dilma volta à sombra de Lula, e no máximo poderá disputar um senado ou uma cadeira na Câmara de Deputados.
E em 2014? É certo que o presidente ou presidenta será candidato a reeleição, pois esse papo de acabar com esse instituto que tem fragilizado nosso embate eleitoral, somente passa pela cabeça dos candidatos antes de eleitos, depois todo mundo quer é ter a oportunidade de repetir a dose. Portanto teremos Serra ou Dilma em 2014 defendendo a faixa e a cadeira no Planalto. A não ser que Lula assuma sua própria campanha, mas não creio, Dilma demonstra ser fiel ao presidente, é seu braço direito, e deverá gerir o país sob o olhar de nosso conterrâneo.

Se der Dilma agora, deveremos ter Dilma contra Aécio Neves. Marina poderá chegar novamente cotada mas sem a força do PSDB ou do PT será novamente muito difícil, por isso é interessante escolher um lado já agora. Ciro Gomes também tem potencial, mas acho que a eleição dele era essa. O Brasil não vive mais aquele pluripartidarismo eleitoral da eleição de 1989, quando tivemos quase duas dezenas de candidatos, e dentre eles pelos menos uns cinco ou seis com chances de ir ao segundo turno.

Se der Serra agora, deveremos ter a volta de Lula em 2014, que atenderia o chamado das oposições e do povo. Serra teria 4 anos para tentar desconstruir a imagem de Lula, e esse processo já começou. O crescimento de Serra no sul do país e depois um governo voltado a atender aquela região pode colocar em risco a mitificação do operário que virou presidente.

Como sempre acontece na recente história política brasileira, os novos governantes buscam mostrar que tudo que aconteceu de errado foi devido ao seu antecessor, e todo mundo acaba aceitando isso. Lula mesmo fez isso com FHC, que estabilizou a economia e deu os primeiros passos em direção ao investimento social. Mas a forma centralizada de gerir o país a partir da concentração do capital no sudeste, acabou por criar entraves ao desenvolvimento regional. Em Pernambuco, para quem não lembra, Jarbas Vasconcelos deixou o governo com alto índice de aprovação popular, elegeu-se senador com facilidade na mesma eleição que fez de Eduardo Campos governador, e agora, esse mesmo Jarbas, teve uma votação decepcionante. Fruto de quatro anos de uma administração que logrou ao antecessor as mazelas do estado. É a tal da desconstrução da imagem política. Em Garanhuns já aconteceu com Bartolomeu e Silvino. Ambos saíram de bem com a população mas depois não se elegeram a mais nada.

Portanto eu apostaria em dois clássicos diferentes para 2014: Dilma X Aécio, ou Serra X Lula.
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