Chegamos à 21ª edição do FIG, e sempre fica aquele comparativo com anos e administrações anteriores, principalmente quanto às atrações. Este ano ainda teve o incremento do receio, boato ou verdade, de diminuição do Festival, por três motivos:
- Diminuição de polos e palcos, a exemplo do ano passado quando não tivemos o primeiro final de semana no Pau-Pombo e na Cultura Popular. Este ano, chegou-se a comentar que não teríamos o Palco Pop.
- Diminuição de dias. A Fundarpe afirmou que nunca, em momento algum, chegou a cogitar a possibilidade de diminuir de dez dias tradicionais o nosso festival, mas o boato correu solto.
- Diminuição de atividades com a descentralização e realização de alguns eventos em cidades vizinhas, que acabou não se confirmando pela repercussão negativa que gerou em Garanhuns.
Nada disso aconteceu, tivemos o Festival em sua plenitude, em todos os polos e palcos.
Alguém pode discordar de uma ou outra atração, algum nome da grade que não tenha gostado, mas aí o gosto é individual. A verdade é que tivemos mais de uma dezena de excelentes nomes na Esplanada Guadalajara, maior vitrine do evento. Artistas como Seu Jorge, Nando Reis, Frejat, Gal Costa, Jorge Aragão, Beth Carvalho, Elba Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Fafá de Belém, Unidos da Tijuca, Pato Fu, Bebel Gilberto, Marina Lima, Otto, Marcelo Camelo, Luíza Possi, Nação Zumbi e Mundo Livre, entre outros.
Também recebemos excelentes nomes em evolução no cenário nacional que podem se tornar celebridades a qualquer instante, a exemplo de anos anteriores quando estiveram aqui artistas do porte de Chico César, Zeca Baleiro, Vanessa da Mata, entre outros, antes de se tornarem estrelas nacionais. Este ano os holofotes apontam para Roberta Sá, Mariana Aydar, Tulipa Ruiz, etc.
Também recebemos a nata da música pernambucana, talvez a falta sentida, mas que já esteve em várias edições anteriores seja Lenine. Mas este ano tivemos a Orquestra do Maestro Spok, Alceu e Geraldinho, Otto, Eddie, Mônica Feijó, Nação Zumbi e Mundo Livre, DJ Dolores, Isaar, Maciel Salu, Maciel Melo, Quinteto Violado, Karina Burh, Cascabulho, Josildo Sá, Devotos, Arlindo dos 8 Baixos, etc.
E a grande maioria dos artistas de Garanhuns também foi contemplada com apresentações em praticamente todos os polos. A discussão sobre uma melhor presença, melhores horários, deve ser atiçada, mas a verdade é que tivemos uma presença maciça no Festival de Inverno, coroando com a homenagem a João Neto no Pau-Pombo!
Outra coisa importante, tivemos uma melhoria na programação de todos os polos, pois em anos anteriores a Fundarpe privilegiou a Esplanada Guadalajara, afastando público do Pau-Pombo, Cultura Popular e Pop, principalmente. Este ano tivemos novamente nomes de repercussão incrementando esta descentralização e levando público para os demais polos. Maciel Melo no Forró, Tribo de Jah no Pop, Denise Stoklos no teatro, Quinteto Violado no Pau-Pombo, Renato Borghetti no centro da cidade, Selma do Côco na Cultura Popular, etc. Assim, tivemos bom público em todo canto, muitas vezes lotando os espaços, criando uma excelente visitação e otimizando todo o Festival de Inverno.
A decoração este ano, incluindo aí a iluminação dos parques foi outro show à parte! A Guadalajara estava belíssima. Tivemos também a melhor estrutura de camarotes dos últimos anos! A Cultura Popular funcionou em dois horários! O Parque Euclides Dourado estava sensacional!
E além de todos os polos e palcos tradicionais, tivemos a soma de novos atrativos culturais como o Caminhão da Cultura nos bairros da periferia da cidade, o Festival da Palavra, iniciativa que tratou a literatura de uma forma criativa e interessante, e ainda a soma de eventos e polos alternativos, como SESC e o Casarão Ferreira Costa/Sebrae. Outros polos como o Espaço de Boua, Madrugada no Escritório Bar, A Budega e o Boião´s Blues Festival.
Muitas apresentações foram fantásticas: Seu Chico, Spok, Roberta Sá, Seu Jorge, Nando Reis, Frejat, Elba, Geraldo Azevedo, etc, e ficarão na memória de muita gente durante anos, em alguns casos, para o resto da vida!
Tivemos falhas no evento, as de sempre, falta de divulgação, pouca participação de Garanhuns na concepção do evento, melhor aproveitamento por parte da Fundarpe da estrutura comercial de Garanhuns para gastar aqui, comunicação falha com a imprensa local, camarote exclusivo e privado, etc, etc, etc.
Mas é importante reconhecer o empenho na realização, todos elogiando a organização do evento como um todo, desde a grade de programação, coordenação e infraestrutura.
Olhando com uma parabólica tudo que aconteceu em dez dias em Garanhuns é que temos a certeza, em sua expansão e grande quantidade de artistas que aqui estiveram, tivemos o maior Festival de Inverno da história, agora é corrigir as eventuais falhas para que possamos ter no próximo ano um evento ainda maior!