quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O silêncio dos representantes federais e a movimentação econômica em torno da FAMEG

Justiça seja feita, o único político, em escala regional, que efetivamente participou nestes últimos dias do apelo da FAMEG em funcionar, foi o deputado Izaías Régis. Por duas oportunidades utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa, primeiro para parabenizar pelo retorno às atividades e depois para cobrar que ela possa funcionar normalmente.

Nesta quarta, o dr. Nicolau Esteves fez uma visita ao deputado em seu gabinete no Recife, mostrou os argumentos da instituição para que possa continuar normalmente, e depois seguiu para o Cremepe, onde esteve com a presidência do órgão, que foi irredutível em sua posição contrária. O Cremepe afirmou só deixar de cobrar quando o MEC deliberadamente autorizar o funcionamento, de forma expressa.

A participação de Izaías foi boa, mas sem querer desmerecer a sua intenção, ainda é pouco para o que podemos e precisamos mobilizar. A questão é federal, e Izaías ou qualquer outro político regional não terá força suficiente para influenciar na questão. Teria Armando, padrinho político de Izaías, e que deve ser tocado para interceder pela instituição, e claro, pela cidade.

Outros nomes como Fernando Ferro, Humberto Costa, Paulo Rubem, Maurício Rands, Inocêncio Oliveira, Jorge Corte Real, enfim, todos que tiveram votos aqui, devem vestir o jaleco da FAMEG e buscarem resolver as pendengas administrativas no MEC para que possamos ver a unidade de ensino superior sem atropelos em nossa cidade.

Precisamos fazer com que esses representantes de Garanhuns se posicionem, não dá pra ficar em silêncio.

Gostaria de contra-argumentar algumas questões.
A FAMEG não é somente para os estudantes de Garanhuns. Tem gente que ainda não entendeu que uma instituição de ensino superior não pode ser exclusiva a uma só cidade. Tem que vir gente de fora mesmo. O preço é alto para a classe média e baixa da cidade, é sim, mas a faculdade é particular. E qualquer uma faculdade de medicina particular é cara mesmo. Mas tem muita gente aqui em Garanhuns que pode e vai pagar para ver seus filhos por aqui. Nem o curso de medicina da Federal em Recife tem estudantes só de Recife, vem gente do país inteiro, que fazem o vestibular em todo canto e espera conquistar uma vaga.

Abram a visão para o impacto econômico. Um curso de medicina, e depois nutrição, educação física e enfermagem, trazem milhares de estudantes. Somente medicina quando estiver com todos os períodos em atividade deve ter mais de 600 estudantes. Imagino que multiplicado por quatro dos outros cursos, vamos ter somente no ITPAC mais de 2 mil estudantes consumindo na cidade. Fazendo compra na padaria, comendo o espetinho no carrinho, pagando aluguel, restaurante, comprando moto, roupas, calçados, casas, apartamentos, contratanto bandas (rsrsrs), etc.

Tudo isso gera uma movimentação econômica. O impacto é enorme, principalmente de se tratar de jovens de boa condição financeira, tem cidades que estão se sorguendo somente com o investimento na educação de ensino superior. Campina Grande é um exemplo. O interior de Minas Gerais e São Paulo têm verdadeiras cidades que se tornaram campus universitários.

E se vamos receber muitos estudantes, também vamos exportar outro bocado da gente. Só que agora em vez de saírem para serem serventes de pedreiro, serão engenheiros, advogados, médicos, psicólogos, agrônomos, veterinários, administradores, arquitetos, etc.

Quem tiver condições de passar no vestibular da UPE, ótimo, viva!, é de graça!!! Mas é bom ter a opção particular também pra quem pode pagar!! Eu não posso, mas entendo que o curso não é pra mim. Assim como os prédios de apartamentos de R$ 500 mil. Se tem quem possa é por que a cidade comporta, e é necessário pra nossa economia ter gente com este capital, para gerar movimentação econômica, e assim o comércio poder pagar salários, etc. Empresários, comerciantes, médicos, temos uma classe abastada que investe na cidade, sim, e precisamos atrair e agregar mais pessoas que possam trazer mais investimentos, é uma ciranda... E um curso deste nível é uma ótima oportunidade.

Somente em um final de semana de vestibular da FAMEG, pouco divulgado e com contestações jurídicas. Houve movimentação em hotéis, motéis, bares, comércio em geral, livrarias, locadoras de automóveis, cinema, transporte público e inter-municipal, etc. Foram quase 800 estudantes que estiveram em Garanhuns.

O ITPAC somado a AESGA, que hoje já conta com quase três mil estudantes, UFRPE, UPE, cursinhos pré e pós, etc, já somos mais de dez mil estudantes universitários. Ainda tem isso, gera uma movimentação acessória com os cursinhos, gente que se prepara para entrar nos cursos de graudação, e depois que sai ainda vai fazer pós, mestrado, dourado, parece que não para de estudar nunca.

Ainda tem os cursos de ensino à distância. É muita coisa!!!

Gente, abram os olhos para o futuro, não pensem que é somente um cursozinho a mais ou a menos, é desenvolvimento, é uma instituição de ensino superior particular, mola propulssora de saber e um grande investimento econômico para Garanhuns.

Uffffa! Vou beber um gole d'água e esfriar as pontas dos dedos!
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