Em entrevista a Marcos Cardoso no programa Manhã Total, nesta segunda-feira, o presidente da comissão provisória do PSD em Garanhuns, Alexandre Marinho, falou do momento político em nossa cidade, mas principalmente por que tem sido um crítico da candidatura do prefeito de Lajedo, Antônio João Dourado em Garanhuns.
Marinho reclama do processo de lançamento da candidatura do lajedense – a forma como aconteceu, como foi imposta. O presidente do PSB local, Ivan Rodrigues conduzia um processo aberto, dinâmico, aglomerando as várias forças aliadas que convergiam para a união. Aí, de repente, outra facção, de fora da cidade, formada por prefeitos e lideranças como Sandoval Cadengue, de Brejão, Paulo Lins, gestor da GRE, Eudson Catão, da Codeam e de Palmeirina, e o próprio Antônio João Dourado, dissolveram tudo que havia sido construído há dois anos para criar esta candidatura que tem sido imposta, e sem apoio da sociedade.
Segundo Marinho, que ressalta que estas lideranças são pessoas amigas, e que portanto a crítica não é pessoal, mas sim política pela condução do processo, apresentaram o projeto ao governador.
Marcos Cardoso afirmou que empresários que detém 70% do PIB em nossa cidade, pediram pessoalmente ao governador que Eduardo salvasse Garanhuns. Porém Alexandre respondeu que não podemos punir todo o município por se discordar do prefeito ou de um deputado, segundo ele, Garanhuns tem quadros políticos e administrativos para realizar uma grande administração, sem precisar de imposições nem intervenções. Aqui mesmo o governador encontraria o grupo para impulsionar o município.
Segundo Alexandre, é claro que a cidade pede uma renovação política. Os últimos resultados das eleições mostram que o povo quer experimentar novos rumos e novas lideranças. Até mesmo as votações de Zé da Luz dizem isso, ele era o novo nas urnas daqui. Neste momento, Marcos sacou a pergunta se Alexandre era candidato. Ele afirmou que não, até para não ser taxado de querer se aproveitar do momento e do discurso, mas que até mesmo o partido do governador tem bons nomes que poderiam agregar os demais partidos, como Pedro Falcão, Nivaldo Azevedo, Antônio Coelho, Pedro Henrique Veloso, Ivo Amaral Jr., entre outros, sem precisar importar prefeitos de outras cidades. Para enfatizar o desejo por novos nomes na política, Marinho citou a atual enquete deste blog, em que mais de 50% apoiam a renovação. E até por isto, como já havia um projeto em andamento liderado pelo próprio PSB, Alexandre esperava que os partidos fossem chamados e ouvidos, e não ser na base da força como aconteceu.
Segundo Alexandre, "Garanhuns está clamando por renovação, e nós devemos ter a competência de oferecer a opção, agora se falharmos neste processo, o povo fará esta renovação de qualquer forma, com os nomes que estiverem colocados. Agora, o problema do PSB foi ter desrespeitado nossa sociedade, com pessoas da região, traçando um plano junto com pessoas do Recife, para invadir".
Alexandre afirmou ter pesquisas em que Antônio João está tendo desaprovação em sua cidade. Vai ter uma grande manifestação do pessoal da saúde de Lajedo contra seu governo. Bairros inteiros também não têm calçamento e saneamento. O outrora pólo moveleiro está quebrado. Lajedo não tem turismo nem vida cultural, e os Dourado comandam aquela cidade há décadas sem dar uma identidade, então por que daria certo em Garanhuns?
O plano do governador de querer 25 nomes de confiança nas 25 maiores municípios é legítimo, é um direito do partido. Mas em Garanhuns, o PSB se precipitou. O caminho natural daria este candidato e as forças políticas estariam unidas no entorno deste nome, que sairia com o apoio da sociedade e dos vários partidos que compõem a base do governador no estado.
Mas Alexandre ainda acredita que a coisa tome outro rumo e o PSB chame os partidos da base aliada para conversar, pois se for mantida a imposição vai haver uma guerra fraticida em que todos serão derrotados.
Quanto ao fato de Garanhuns destinar muitos de seus votos a políticos de fora, Marinho defendeu o Voto distrital. Atualmente os candidatos entram nos grandes centros onde têm muitos votos, investem em algumas lideranças, mas aí eles não têm compromissos, pois foram votados em centenas de cidades. Com o voto distrital, em cada região o povo escolhe os seus representantes.
Alexandre também relatou sobre administração, e reforçou que acabou este tempo de adminitsração ser apenas calçamento, limpar ruas e construir praças. As necessidades são outras, os gestores devem estar preparados para buscar investimentos, devem conhecer os caminhos e as formas legais para competir com outros municípios, e que o estado deve fazer mais por Garanhuns e colocar nossa cidade na ciranda do desenvolvimento, pois muitas outras cidades receberam incentivos e investimentos que geram trabalho e renda. Foi lembrado por Marcos Cardoso que São Caetano receberá uma fábrica de motocicletas que gerará 400 empregos diretos. Há uns 15 dias foram anunciadas quase duas dezenas de novas fábricas para Pernambuco, todas elas de médio e grande porte, e nenhuma para a Garanhuns.
Marcos Cardoso perguntou se o comportamento dos políticos vai mudar com esses encontros contra Antônio João. Alexandre afirmou que os encontros não são contra Antonio João, são contra a forma desrespeitosa de imposição de uma candidatura, trazendo um coronel. O que Garanhuns precisa é de autocrítica, lavagem de roupa suja, e procurar as alternativas. É para isso que os encontros podem contribuir, de unir as forças políticas na cidade em busca de alternativas para o município.
Quanto a Antônio João e sua chegada em Garanhuns, Alexandre Marinho fez uma analogia de um namoro. Primeiro você começa a paquerar a moça, depois namora, conhece melhor, conhece a família, o que ela faz, o que gosta e depois, certo do que quer, pede em casamento. Na política também é assim. Antônio João tinha que chegar aqui, conhecer a Av. Rui Barbosa, mas conhecer também Manoel Xéu, Várzea, Parque Fênix, e outros bairros. Conhecer a cidade, as pessoas, as instituições, etc. Daí, depois de comprovar seu conhecimento e criar o ambiente, seria candidato naturalmente. Mas o que aconteceu foi que no último dia possível, o prefeito de outra cidade traz o título, dá entrevistas, diz que tem o apoio do governador, diz que ama a cidade, e pronto! é candidato a prefeito. Isto é um estupro, concluindo a analogia!
"Foi este o impacto que a cidade sofreu. Todos aguardavam o governador e o PSB chamarem para conversar, até o prefeito e o deputado. Pegou todo mundo de supresa e num momento em que estamos debilitados politicamente, mas que diante de tal situação a união aconteceu, e a cidade já está dando sua resposta." - Afirmou o pessedista.
Próximo a encerrar a entrevista, Marcos Cardoso afirmou ter recebido uma ligação do Palácio que perguntou: -"De que lado você está? Tal indagação teria vindo depois da entrevista com o prefeito de Caruaru e presidente do PDT regional, Zé Queiroz. Marcos afirmou estar ao lado da informação e da credibilidade. Pois havia sido muito questionado devido à entrevista com o prefeito de Lajedo. Mas que estaria abrindo espaço para todos, e gostaria de ouvir o senador Armando Monteiro.
Alexandre encerrou elogiando o trabalho da imprensa de Garanhuns..
A cidade continua em ebilição política. Segundo Marcos, mais pessoas estão ligando e pedindo espaço. Depois do anúncio da volta da candidatura de Izaías, a cidade de novo volta a sacudir.
Nesta terça-feira, o presidente do PRB em Garanhuns, Tony Neto, conversa com Valdir Marino, no jornal da 7, segunda edição, ao meio-dia da FM 7 Colinas.