Rivânia Queiroz, repórter especial do blog do Jornalista Magno Martins.
Mudar o domicílio eleitoral para candidatar-se a uma vaga no executivo ou legislativo é uma prática comum em anos que antecedem as eleições municipais. Vimos, na última semana, uma verdadeira corrida contra o tempo. Políticos de várias tendências partidárias foram até seus cartórios eleitorais pedir a transferência para cidades em que desejam participar do processo de 2012.
O presidente estadual do PMDB, Dorany Sampaio, considera essa atitude oportunista e agressiva ao eleitor. “É querer fazer do eleitorado o seu gado, a sua propriedade privada, sem se preocupar em ouvi-la. É um desrespeito ao cidadão”, considera. O peemedebista ressalta que o fato acontece, na maioria das vezes, porque muitas dessas regiões sobrevivem de programas sociais, como o bolsa família, por exemplo. “Essas pessoas geralmente não são politizadas e eles (os políticos) se aproveitam, ignoram pessoas e até os partidos em detrimento de conveniências e projetos pessoais”, coloca Dorany.
Em Pernambuco, podemos destacar vários casos de políticos que mudaram seus domicílios recentemente para concorrer em 2012. É o caso dos deputados Pedro Eugênio (PT), que foi para Ipojuca; Fernando Ferro (PT), para o Cabo; Paulo Rubem Santiago (PDT), veio para o Recife; assim como o ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB), também aportou no Recife. Já o prefeito Antônio João Dourado (PSB) saiu de Lajedo para Garanhuns.
A lista é grande, mas Dorany prefere não denominá-la. “O cabra (o político) nunca votou no lugar, nunca morou, nunca fez nada e resolve ser candidato lá. É muito personalismo. Cada um vê a sua conveniência. Querer impor sua vontade à coletividade é uma falta de sensibilidade. É passar por cima como um trator”, dispara Dorany Sampaio.