Antes do seu show oficial no Módulo Esportivo, na mesma noite de Gilberto Gil, Dominguinhos esteve no Parque Aza Branca, dando abraço nos amigos e uma canja no show de Taís Nogueira. Quem também cantou junto foi João Silva, um dos mais importantes compositores de Luís Gonzaga.
Dominguinhos tocou umas três ou quatro músicas, conversou, brincou, sorriu. Estava à vontade!
E disse - "Quando a gente vinha tocar aqui com Luís, era naquele coreto. Pensei que a gente ia tocar lá. Ficam botando a gente de um lado, depois passa para outro. Agora é nesse palco, mas antes era lá. Primeiro o padre rezava a missa e depois a gente tocava o forró."
Passou a impressão que Dominguinhos quis fazer algo mais simples, mais próximo do Rei.
Ainda no Parque Aza Branca, no palco, captamos esta fotografia, que parece falar. Nela, Dominguinhos, sereno, é observado por Luiz Gonzaga, que tem um microfone na sua frente, como se estivesse querendo participar da festa. O semblante de Nenem de Garanhuns o coloca em sintonia com o Rei.
Uma luz, vinda do céu, ou melhor, de um dos holofotes, parece uma benção, um sopro divino.
Ao sair do palco, Dominguinhos desceu, e mesmo contrariando seus assessores ou produtores da Fundarpe, quebrou o protocolo e foi no meio do povo conversar e tirar fotografias. Atendeu tantos quanto pode e foi para o palco principal da festa, onde milhares de súditos lhe esperavam, pois já estava atrasado e esta era a pressa dos produtores.
No outro dia, de dia, Dominguinhos voltou ao Parque Aza Branca, e aí ficou ainda mais à vontade. Atendeu a todos com a calma e alegria de sempre.
Está visivelmente cansado, mas nem por isto deixou de ser a figura simples e carismática que sempre foi. É povo!
PUBLICADO ORIGINALMENTE EM 16/12/2012
AGORA COMIGO 23/07/2013: Não sabia que estava vivendo ali um dos últimos momentos artísticos de Dominguinhos. Ao ver a imagem, passo a ter outra interpretação, e pode ser que seja somente fruto da imaginação. Não tentem explicar, nem tudo na vida e na morte tem ou precisa ser explicado!