O governador pernambucano diz que de política só fala depois do carnaval, e vai falar mesmo. A coluna Radar, da Revista Veja, traz a informação que Eduardo Campos e Lula se encontram nos próximos dias.
O líder do PSB na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque (RS), já adiantou declarações contundentes. Eduardo é candidato a presidente, depois do carnaval começa a rodar o país, inclusive tem reuniões marcadas com políticos e empresários no sul do país, e o partido deixa a base de apoio federal no final do ano. (Não entendo estes rompimentos com data marcada. Se não concorda com a condução do governo, ou tem outro projeto, rompe logo. Fica parecendo que está lá somente pelos cargos).
Lula quer ouvir tudo isso da boca do seu fiel aliado. Por isto a reunião. Lula sabe da importância e das intenções de Eduardo, gosta do seu estilo e da sua política, trata-o como um afilhado político, e mais, como um amigo, e por isto estaria conduzindo o processo para Eduardo ir para a a vaga de vice de Dilma. Mas, dizem, que até mesmo a amizade estaria abalada, e Lula evitou algumas vezes durante a campanha receber o governador. Para a vaga de vice que Lula poderia oferecer, difícil é o PMDB, que tem as presidências das duas casas do Congresso Nacional, aceitar largar o filé.
Lula estaria desgostoso com algumas atitudes políticas de Eduardo, principalmente depois da campanha eleitoral do Recife. O ex-presidente credita o crescimento do atual governador ao seu apoio. Foi Lula que fez de Eduardo ministro do seu governo, e depois veio, mesmo no primeiro turno, fazer sua campanha, quando Humberto Costa, pelo PT, também era candidato. Aliás, é histórica sua participação em um comício com os dois candidatos, e Lula pegando no braço dos dois dizia ao público, se não quiser votar em Humberto, vote em Eduardo, se não quiser Eduardo, vote em Humberto. Na época, a intenção era derrubar Jarbas Vasconcelos, que hoje é aliado do governador, outra espinha atravessada na garganta de Lula, que aliás, está recuperada.
Naquela primeira eleição de Eduardo, o PT que não foi para o segundo turno, estava, antes mesmo de fechadas as urnas, declarando total apoio ao PSB. Quatro anos depois, o partido de Lula já nem lançou candidato a governador, integrando a chapa executiva com Humberto senador.
Mas Eduardo entende que Pernambuco ficou pequeno para seu potencial político-administrativo, e só será presidente se romper com o PT de Lula. Vai dizer isto a ele, pessoalmente.