sábado, 27 de abril de 2013

Armando Monteiro pode ser o candidato de Dilma em Pernambuco


Armando Monteiro está fazendo visitas a municípios do Agreste neste final de semana. Desde a sexta-feira, começando por Caruaru, passou esta manhã por Garanhuns, com agenda ainda para Iati, Bom Conselho, Brejão e Caetés. Mais de dez cidades em dois dias. Mesmo com o discurso administrativo na ponta da língua, conhecendo as demandas de cada município que visita, não dá pra negar o conteúdo político-eleitoral das viagens.

Em café da manhã na simpática Colônia de Férias do SESC, ao lado dos deputados Sílvio Costa e Sílvio Costa Filho, além de assessores e o prefeito Izaías Régis, que por sua vez se fez acompanhar dos secretários Alfredo Góes e Evílson Gomes, Armando Monteiro respondeu a questionamentos da imprensa de Garanhuns.

O senador, perguntado pelos primeiros cem dias de Izaías Régis em Garanhuns, afirmou que "a principal marca é a mudança de postura do município, que passa a liderar, uma mudança pró-ativa, que busca, que enfrenta. Garanhuns precisava atender aos anseios da sociedade com um governo que avançasse no mesmo ritmo social". Segundo Armando, esta é a principal marca do novo governo, antes mesmo de iniciarem as obras. O senador lembrou como o governador já se dispôs a investir na cidade, recebendo Izaías Régis que já levou suas prioridades.

Por falar em Eduardo Campos, o senador fez uma ampla defesa do governador pela decisão pela duplicação da BR-423 e novo incremento regional, criação de novos polos de desenvolvimento, como a Mata Norte, com a FIAT e empresas periféricas.

Quanto à política, Armando afirmou achar justa a intenção de Eduardo Campos de se candidatar à presidência da República, mas critica a antecipação do debate eleitoral. "Não sei quem começou, mas foi muito prematuro. Deveríamos estar com uma agenda de trabalho em todos as áreas políticas, e o debate eleitoral acaba prejudicando os governos, pois determinadas ações passam a ter cunho eleitoral" - afirmou o senador.

Questionado por este blogueiro quando à possibilidade de receber o apoio do governador para sua candidatura ao executivo estadual, atrelada ao apoio do seu partido, o PTB, em nível nacional, ao projeto da presidência de Eduardo Campos, Armando afirmou que tudo será discutido no momento oportuno, pois ainda não se iniciou. "Não nego meu desejo de ser governador do meu estado. Tenho trabalhado para isto. Vamos conversar. Fui eleito junto com o governador, por um campo de muitos partidos que integraram a Frente Popular, e não mudarei de campo político. Por isto, pretendo estar junto a Eduardo em 2014, e aos mesmos partidos." - afirmou.

Entretanto...

Como a Frente Popular foi composta pelo próprio PTB, pelo PSB de Eduardo Campos, mas também pelo PT de Humberto Costa, Dilma Roussef e Lula, além de outros partidos como o PDT e o PC do B, avançamos no questionamento político.

Caso a presidente Dilma Roussef precise de um projeto viável em Pernambuco, já que as principais lideranças petistas saíram chamuscadas da campanha na capital, e a presidente que vai buscar a reeleição precise de um palanque competitivo no estado, o senhor poderia estar com o PT,  de Lula e Dilma, contra Eduardo Campos? Transcrevo a resposta.

-"Não se trata de mudar de lado, de estar contra alguém. Estou onde estive na campanha que me fez Senador da República. Ao lado dos mesmos partidos. Temos conversado com Eduardo Campos, assim como podemos conversar com qualquer partido da Frente Popular para viabilizar uma candidatura, que pode até não ser a minha, mas estamos trabalhando para que seja. Apoiamos e somos parte do governo federal, da presidente Dilma. Em Pernambuco, o ideal seria manter a mesma base, que tivéssemos um projeto que unisse todos, no entanto, o processo ainda está começando e vamos conversar. Em 2006 apoiei Humberto Costa. Estávamos todos no mesmo palanque." - afirmou.

O senador sabe que pode não ter o apoio de Eduardo Campos, que pode indicar um nome do próprio PSB. Por isto, Armando tem sido o primeiro a construir uma candidatura, consolidada pelos apoios que tem em diversos setores, tendo hoje uma visibilidade e apoios maiores que o Ministro Fernando Bezerra, que está no PSB e tem sido tratado como uma alternativa de Dilma Roussef para Pernambuco.

Caso Dilma, que estaria reeleita hoje com certa facilidade, não tenha o palanque de Eduardo Campos, e ainda veja o governador como opositor numa eleição presidencial, pode ver em Armando Monteiro um caminho natural. Parece que o senador percebeu isto. 

Armando caminha bem e tem apoio em determinados segmentos sociais e econômicos, independente do governador, além ter feito dezenas de prefeitos em cidades importantes, como Garanhuns e Arcoverde. Assim, é um nome com densidade eleitoral espalhada pelo estado. Armando tem apoio até em setores conservadores, e por isto foi o mais votado para o senado, ocupando um espaço de centro entre o esquerdista Humberto e o conservador Marco Maciel.

Abrir uma porta para o PT de Humberto, Dilma e Lula amplia as possibilidades para Armando Monteiro, não mais necessariamente vinculadas a Eduardo Campos, que demonstra não ter interesse em apoiar o senador, preferindo um nome de dentro do próprio PSB, numa construção política idêntica com a recente eleição de Geraldo Júlio na capital. Entretanto, a vaga para a disputa estadual está atrelada ao debate nacional..

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