Vi o título deste post no facebook, de onde trouxe a imagem também, e mostra o receio de muita gente da massa ser manipulada pela mídia e por aqueles que querem chegar ao poder, incentivando as manifestações como forma de abalar o governo. Entendi o movimento desde o início como apolítico e apartidário, onde todos podem reivindicar seus direitos.
Vi Haddad e Alckmin, lado a lado, assinarem a lei que baixou a passagem em São Paulo. Uma bela vitória da pressão popular. Vi cartazes #foraAlckmin, #foraDilma, #foraCabral. Vi também manifestos contra Eduardo Campos e até contra Izaías Régis e suas cobranças de taxas.
Mas vejo também sinais de manipulação, de que há o sentido eleitoral em parte destas manifestações de uma forma não clara, embutida, de bastidores, colocando a ideia que o movimento é por direitos e por ao amor ao Brasil, levando os jovens para as ruas, e lá mudando a conotação, dando um sentido único, que é contra Dilma e o Governo Federal.
Tenho receio que voltemos de novo à concentração do poder e das riquezas no sul-sudeste do país! O Brasil avançou, não como queríamos, mas muito mais do que em outras épocas. Hoje, com programas como PROUNI, as classes menos favorecidas têm mais acesso às Universidades Públicas, inclusive ouve o investimento trazendo-as ao interior do país. Tem menos gente na miséria e mais nas classes de consumo.
Temos um governo que tem buscado investir no Nordeste para diminuir as diferenças regionais e claramente temos mais empregos, embora, reconheçamos, poderia ser realmente melhor. O país é travado pela corrupção em suas estruturas de poder. Então o que precisamos é avançar, e não regredir. É para isto que o povo está nas ruas, cobrar das autoridades, em todas as instâncias... Cobrar um país, estado e município melhores!
Precisamos cobrar para seguir em frente, ter mais e melhor, menos impostos e melhores serviços públicos, defenestrando da vida pública aqueles que entravam o desenvolvimento. Precisamos melhorar nossa representação no Congresso Nacional, que engessa o governo com chantagens político-econômicas. Precisamos impor a agenda administrativa nacional, mas isto passa pela eleição, principalmente a do próximo ano. Não adianta gritar na rua e votar errado na urna.
O desenvolvimento do Brasil, elogiado no mundo todo, não tem mais espaço para a corrupção.
Seria de bom alvitre uma grande campanha pelo voto limpo, e a própria população poderia criar mecanismos que impedissem a venda de votos e outros costumes que acabam levando de volta ao congresso a ralé da política brasileira, aqueles que não representam ninguém, a não ser aqueles que bancam suas candidaturas. E não dá pra continuar misturando religião com administração pública, esta tem que ser para todos, inclusive de credos, e as pessoas têm o direito até de não terem religião, então não podem ser doutrinadas por elas.
Precisamos renovar os partidos políticos, não há democracia representativa sem os partidos, então seria interessante que aquela multidão nas ruas participassem ativamente das legendas, mudando os velhos caciques que são verdadeiros donos dos partidos e fazem as negociatas do poder.
Por fim, o que precisamos é forçar a reforma política, mas precisamos também ter mais participação onde as coisas podem mudar, no Congresso Nacional, e não tem outra forma se não tivermos novas bundas nas velhas cadeiras.