Há poucos meses atrás, o Hospital Regional Dom Moura estava na mídia negativa porque faltavam médicos e a UTI precisou ser fechada. Escândalos viraram manchetes de vários jornais. Reclamávamos também da falta de medicamentos e as instalações precárias.
Atualmente o HRDM está passando por uma ampla reforma, e algumas pessoas criticam sem nem saber das mudanças que estão acontecendo naquele que é um dos maiores hospitais do estado. É para isto que o próprio Secretário de Saúde, Antônio Figueira, concederá uma entrevista coletiva à imprensa regional na próxima sexta-feira, 20. Dr. Figueira vai apresentar as melhorias que o Dom Moura vem recebendo nos últimos meses, com a chegada de novos médicos, novas instalações, inclusive emergências e bloco cirúrgico, início da Residência Médica da UPE, entre outras coisas.
Entretanto, dois fatos voltaram a ser manchete esta semana. Primeiro uma notícia em uma emissora de rádio em que um pai reclama que precisou esperar para que o médico-cirurgião atendesse seu filho, que estava com um corte no queixo. Em suas palavras, o pai que queria o auxílio imediato ficou transtornado ao saber que o médico estava em uma cirurgia de emergência e não poderia ver seu filho naquele mesmo momento. Claro, foi à rádio, reclamar, pois foi encaminhado para fazer o procedimento em outro local, já que queria o serviço imediato. Ao final da reportagem, o radialista diz: "A saúde continua um caos", antes havia generalizado o serviço oferecido pelo estado e o do município. Não há o costume das pessoas irem aos meios de comunicação para agradecer os serviços bem prestados, soa até estranho. A reportagem repercutiu, e diante da quantidade de atendimentos do hospital, entendeu-se como uma polêmica desnecessária.
Agora, outro mal entendido. A médica da UTI do Hospital Dom Moura (aquela mesmo que estava fechada e agora funciona regularmente) não autorizou um padre a entrar, pois estava em um procedimento médico, e estava fora do horário de visitas. O padre, convidado pela família, retornou com o Bispo D. Fernando, algumas horas depois, que também não foi autorizado, e prometeu levar o caso ao governador. A médica respondeu nesta segunda-feira, primeiro enaltecendo a força da religião, dizendo que seria um prazer conhecer as autoridades religiosas, já que ela própria se definiu cristã, portanto, mostrando ter sido um mal entendido, já que ela própria não chegou a conversar com os religiosos, mas também citando que até mesmo estas visitas precisam respeitar os procedimentos nos Centros de Tratamento Intensivo. E nos enviou parte da lei que define estas visitas.
Nos dois casos, tivemos problemas, que a depender da ótica, mostram avanços no atendimento do Hospital, que tinha médico para atender a criança, embora em outro procedimento cirúrgico, e a UTI estava funcionando, com os profissionais trabalhando.
Acho que nos dois casos, seria de bom alvitre, buscar resolver sem polemizar, pois poucas vezes na história o Hospital Dom Moura cumpriu seu papel como tem feito agora, atendendo mais de dez mil pacientes por mês, fazendo papel de hospital de referência, mas também municipal, com o primeiro atendimento que deveria ser prestado pela Secretaria de Saúde de Garanhuns. Infelizmente, a região já acostumou tanto a reclamar, que está reclamando até do que está funcionando.
Na questão humana, percebemos o mal entendido, pois a atual direção tem feito esforços e parcerias solidárias para uma atenção aos enfermos, inclusive a própria Diocese tem grande importância, pois umas das primeiras uniões foi com a Pastoral da Pessoa Idosa.
Portanto, um equívoco, que pode ser resolvido em uma visita, estreitando laços em favor daqueles que mais precisam. D. Fernando e Dr. Luís Melo (gestor do hospital) podem construir uma relação duradoura de parcerias a partir deste incidente, como dissemos, mal entendido.