Quando eu estudava no santa Sofia, colégio católico e com muralhas quase como a do vaticano, intransponíveis, eu tinha uma professora de história que por diversas vezes se referia a gênios da humanidade, como Da Vinci, como sendo gênios por serem gays. Sua tese era de que eram gênios e a suas genialidades vinham da viadagem, ou vice-versa. Por diversas vezes ouvi ela falando isso, quase em tom jocoso. Obviamente havia um quê de preconceito naquilo e eu achava, embora eu tivesse menos que a idade do garoto aí, aquilo de uma imbecilidade sem igual, principalmente vindo de quem deveria formar e informar.
Embora existissem muitos gays ensinando, chefiando e estudando no meu colégio, a homossexualidade, bem como muitos outros assuntos, eram vistos à luz da orientação da igreja. Claro, estudávamos em um colégio católico fechado, e estudava lá quem queria.
O colégio e suas ideias não influenciaram um milímetro do que eu pensava. Nem nesses nem em outros assuntos. O pensamento de um ariano, como eu, é difícil de mover por forças externas, assim como as pedras do muro "vaticânico".
E hoje leio essa maravilhosa notícia: Um menino gay, americano (pais com grade maioria protestante) vai receber um prêmio por ter descoberto um exame muito mais sensível e muito mais barato para detecção de um câncer raro de pâncreas.
Fico imaginando o papa saudando o jovem rapaz.
Mas isso não me chocará, esse papa tá movendo do fechado muro do Vaticano mais pedras do que muitos já fizeram.
Mas muito mais melhor de bom será ver aquele machão, homofóbico, que terá seu câncer de pâncreas diagnosticado precocemente e talvez terá sua vida salva e suas dores amenizadas devido a um teste criado por um jovem gay assumido.
Moacir Japearson é Cirurgião-Dentista