quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Blog do Ronaldo Cesar: ENTREVISTA COLETIVA com FERNANDO FERRO

O Deputado Federal Fernando Ferro esteve em Garanhuns este final de semana, visitando parentes, amigos e recebendo correligionários. Esteve com assessores, vereadores de municípios da região e fez no sábado a noite uma visita a Festa dos Amigos da Rua do Cajueiro, no centro da cidade. Ao lado de Eraldo Ferreira, Ferro conversou comigo e Luciano André, repórter da Rádio Marano, sobre diversos assuntos. 

Com esta postagem inauguramos uma nova série aqui no blog, ENTREVISTA COLETIVA, onde buscaremos personalidades para bater um papo! Vamos lá.


Blog do Ronaldo Cesar - O senhor se engaja à luta para que a duplicação da BR-423 seja por fora da cidade, e não por dentro, como está no projeto original?

Fernando Ferro - Sem dúvidas. Parece-me uma reivindicação por demais justa e em termos de engenharia é evidente que fica muito mais difícil a obra se for repetir o atual trajeto do que se for fazer um novo roteiro por fora da cidade. Inclusive estarei levando um croquis com esta alternativa para que a análise da obra de engenharia e a licitação contemplem esta necessidade. Eu acho que a cidade está preocupada com isto. Trata-se de uma obra muito importante para nossa cidade e para a região, pois a BR-423 tem um fluxo muito intenso de veículos que ela já não comporta, e a duplicação tem que ser uma obra que ajude a cidade e não que traga mais problemas e prejuízos. Além disso, deve haver a preocupação que não seja uma obra que traga riscos à população, que afete a vida da cidade e que a cada nova intervenção cause mais problemas. Vamos levar esta preocupação para o DNIT ainda esta semana.

BRC - O senhor nos traz também uma informação importante para o interior do Nordeste, sobre a BR-110, no trecho Ibimirim-Petrolândia.

FF - É verdade. Eu fui informado pelo superintendente do DNIT, General Jorge Fraxe, que aquele trecho Ibimirim-Petrolândia está incluído no PAC 3, das rodovias aqui do estado de Pernambuco. Quem vai iniciar a obra, em sua primeira etapa será o batalhão do exército que já está sendo deslocado para aquela região, para a terraplanagem dos 80km daquela rodovia. É uma reivindicação antiga da população daquela região e incompreensível de nunca ter sido feita, em uma área estratégica para o deslocamento de cargas e de passageiros do Nordeste para o sul do país. Vamos economizar cerca de 200 quilômetros, pois não haverá mais a necessidade de ir até Petrolina para voltar.

BRC - Os números das pesquisas mais recentes mostram um quadro que a presidente Dilma venceria no primeiro turno. O senhor acredita nesta vitória tranquila?

FF - Estas pesquisas são muito importantes para o ânimo, ninguém gosta de ficar abaixo nas pesquisas. Você pode verificar que todo candidato quando está abaixo a tendência dele é reclamar ou desqualificar a pesquisa. Mas ela é um indicador de momento. É fato que a presidente Dilma tem crescido e recuperado as intenções de voto, mas a verdadeira pesquisa é a da eleição, o voto na urna. Mas é muito animador saber que há um clima de manutenção deste projeto político, da reeleição da presidenta. E alguns que estavam há algum tempo atrás animados achando que a presidenta não se reelegeria, já devem pensar duas vezes, até porque as intenções de voto e manifestações são positivas, mas quero deixar claro que não se pode considerar isto como ganho, é um dado positivo importante pra quem vai fazer a disputa, mas a eleição se decide mesmo com o voto no dia da eleição.

BRC - O senhor acha que no próximo ano aquele Movimento Vem pra Rua que tomou conta do país, principalmente com jovens reclamando por direitos, que repercutiu na queda da aprovação da presidenta, pode voltar a se manifestar e influenciar na eleição?

FF - O Brasil tem 200 milhões de pessoas. Houve uma manifestação de parte da população, inclusive de setores de classe média, setores que na verdade não querem fazer reivindicação e que vão para as manifestações para fazer baderna. A própria população verificou que o ato não tinha clara uma proposta de reivindicação, eram várias reivindicações. Tinha gente reclamando de tudo, na verdade era uma grande central de reclamação da vida e da política. Algumas coisas com justiça, feito a luta contra a corrupção, a defesa pelos Direitos Humanos, mas também tinha reivindicações extremamente fascistas de direita pedindo pena de morte e outras coisas absurdas que ferem a Constituição Federal. Então, manifestações de descontentamento poderão voltar a acontecer, mas não acredito que será responsável para alterar resultado da eleição, por que o que define o voto da população é a vida das pessoas. Se a economia não estiver bem, o aumento do desemprego, é natural que é aí que vai acontecer esta reação, mas o Brasil não vive nenhum momento de desespero. O país tem crescido o emprego formal, não na velocidade que todos gostaríamos, mas o PIB este ano cresce 2,5%, enquanto países na Europa estão caindo. É um momento difícil da economia mundial, mas o Brasil está crescendo. Não acredito que o povo vá entrar em aventura para trocar governo. Quanto às reivindicações, em outros países recentemente que o povo foi para as ruas, e exército entrou e matou muita gente. Aqui no Brasil, as reivindicações foram recebidas, as passeatas aconteceram e não houve problema de violência, e quando houve foram dos próprios militantes e participantes que praticaram, como depredação e agressões, que não são manifestações democráticas e civilizadas. Estes casos acabaram afastando a população das ruas, que ficou com medo deste vandalismo. Por isto acredito que não vão voltar a acontecer manifestações daquele tipo. Pode acontecer manifestação na Copa do Mundo, mas todos os países vão comemorar e uma parte grande da nossa população estará participando do evento. A maioria da população apoia a Copa no Brasil, assistindo jogos da seleção e torcendo pelo país. Pode ter uma minoria que vai querer fazer protesto, é natural, mas a grande maioria vai torcer pra gente ser Campeão do Mundo jogando no Brasil.

BRC - E sobre este novo momento do PT estadual em que as correntes sentaram, conversaram e criaram um planejamento para quatro anos, inclusive a nova presidente Teresa leitão já teve um primeiro contato com o ex-presidente Lula, em que ele teria dado sinal verdade para a candidatura própria em Pernambuco?

FF - Foi muito importante este momento, passada a eleição, inclusive nosso grupo ganhou a eleição no estado, ganhou no Recife. Eu apoiei a Teresa Leitão, o que mostrou que realmente a gente tinha maioria e nossa proposta foi aprovada pela maioria dos filiados. Agora, foi uma eleição muito bem disputada e nós não tínhamos para que prolongar esta disputa. Eu fiz esta sugestão de fazer um acerto entre as chapas. Fiz a proposta em Brasília a João Paulo e a Pedro Eugênio para que a gente fizesse um compartilhamento, dois anos uma chapa ficaria com a presidência e dois anos com a outra. Até para pacificar o PT e acabar com esta briga interna que não tem mais sentido, a gente já teve muitos problemas com isso, e temos que nos preparar para enfrentar 2014. Precisamos de maturidade, equilíbrio e dar prioridade à organização do partido. Um dos motivos da gente ganhar a eleição no estado foi justamente porque esta direção que estava aí fracassou. Como é que o partido que governa o Brasil só tem 13 prefeitos eleitos em Pernambuco? Tinha oito e passou para treze. É muito pouco. Por isto que a gente tinha que mudar e colocar uma outra prática para ampliar e fortalecer os diretórios municipais para crescer o partido de fato no estado. E por isto precisamos pensar de fato em uma candidatura para governador. Eu sou favorável que o PT abra este debate pra ter um candidato. O nome de João Paulo é uma possibilidade, Teresa também e outros nomes poderão surgir e até a alternativa de fazer alianças com outros partidos. É evidente que vamos discutir o melhor caminho com a direção nacional, pois o principal objetivo é reeleger a presidenta Dilma. Não adianta ganhar o governo de Pernambuco e perder a presidência do Brasil. Nós temos que estabelecer uma ordem de prioridades, e esta é a principal, reeleger a presidenta Dilma. E fortalecer o partido aqui, se pudermos eleger o governador, ótimo! Será nosso segundo objetivo. Vamos trabalhar nesta direção e o PT tem história e quadros para fazer isto. O presidente Lula de fato sinalizou para a nova presidente Teresa Leitão, em reunião que aconteceu há poucos dias, que era importante o PT discutir estas alternativas. O nome dela foi citado aí mas é mais especulação da imprensa, mas é somente um dos nomes que serão colocados e poderão ser chamados. Mas isto ainda está muito longe e precisamos ouvir os filiados aqui do estado pra gente avaliar qual o melhor caminho.

BRC - Finalizando. A candidatura à reeleição de Deputado Federal já está decidida e consolidada? Haveria possibilidade do senhor fazer parte da chapa petista, ocupando a vaga de senador?

FF - Nós temos uma natural tendência da disputa da reeleição para Deputado Federal, mas é lógico que se o PT nos convocar para uma outra tarefa, nós iremos discutir, mas estará condicionada ao debate com a Direção Nacional e a presidenta Dilma e o presidente Lula. Nós não somos candidatos se não tivermos o apoio desta estrutura.

BRC - Garanhuns é uma das suas principais bases no estado, onde o senhor tem história desde a adolescência. Como o senhor analisa o novo ciclo eleitoral, o quadro que se desenha para 2014?

FF - Eu pretendo continuar meu mandato trabalhando aqui, com temos feito, para fortalecer nosso município. Estamos com várias ações, emendas que apresentamos para o desenvolvimento das nossas universidades no estado. Apresentamos uma emenda de R$ 30 milhões para as Universidades Federais, que foi da bancada de Pernambuco, que nós conduzimos. E outros recursos que nós achamos importantes para a UPE, para a construção de uma Casa do Estudante Universitário aqui em Garanhuns. Além de outras iniciativas na área da saúde.

BRC - E a luta da FAMEG.

FF - Sem dúvida. Nós temos que continuar porque entendemos que com o Programa Mais Médicos amplia a possibilidade. Temos este diálogo com o Ministério da Saúde para colocar a FAMEG dentro do programa, para garantirmos esta mais esta Faculdade de Medicina no estado e aqui na cidade de Garanhuns.

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