Estudantes, pesquisadores, historiadores e anistiados políticos pernambucanos têm muito que relembrar nesses meses de Março e Abril de 2014. Momentos históricos, luta pela democracia, tortura e morte. O Golpe Militar no Brasil completa meio século, mas ainda está vivo na memória, principalmente, de quem, de uma forma ou de outra, sentiu na pele as conseqüências.
Por isso o Governo do estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos organizou uma programação que vai desde seminários, roda de diálogos e vigília até um ato de repúdio, com o objetivo de mostrar a importância da reparação às vítimas desse período tão marcante para o País.
As homenagens começam com o Seminário Regional “Direitos Humanos e Democracia”; que já passaram agora em Março, por Araripina e Garanhuns; em Abril, será realizado em Salgueiro, e até Setembro passa por todas as Regiões do estado.
Outra atividade que marca os 50 anos do Golpe Militar são as exposições da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República: “Anistia e Democracia; para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça”, que já passou por 10 cidades pernambucanas, entre elas: Recife, Olinda, Goiana, Serra Talhada, Arcoverde, São José do Egito e Salgueiro; e “A Verdade da Repressão, a Memória da Resistência”, conhecida na capital pernambucana e em Garanhuns. Essas mostras trazem ainda rodas de diálogo sobre o assunto e continuarão em caravana para outros municípios.
No Recife, a programação é em parceria com a Assembléia Legislativa. A partir desta segunda-feira, 31, haverá uma Vigília Cívica de Reparação Histórica, das 20h às 23h, no salão nobre da Assembléia. E na terça-feira, 01 de Abril, aniversário do Golpe, haverá Audiência Pública, às 10h, sob o tema "O Golpe Militar de 1964: repercussões na Educação e na Cultura". A audiência será no Auditório, 6º andar, Anexo 1 do Edifício Nilo Coelho.
As atividades em homenagem aos 50 anos do Golpe continuam e vão culminar com uma Mostra de Cinema denominada "Marcas da Memória", no final deste ano.
De acordo com o secretário executivo de Justiça e Direitos Humanos, Paulo Moraes, a data dos 50 anos do Golpe Militar deve tem muita visibilidade, pois esse período trouxe conseqüências que se perpetuam até hoje. Os jovens devem aproveitar a oportunidade para conhecerem um pouco do que foram “os anos de chumbo”, e assim entenderem a história do Brasil a partir deste momento. Acrescenta ele.
Exposições resgatam imagens do Golpe Militar
“Anistia e Democracia; para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça” apresenta 30 painéis com textos e fotos sobre a Lei da Anistia, que fazem um resgate da história da Ditadura Militar, apresentando depoimentos de um período, onde a repressão e a violência eram constantes. A mostra já passou por diversos estados brasileiros. Em Pernambuco, 10 cidades puderam conferir os trabalhos.
“A Verdade da Repressão, a Memória da Resistência” é uma iniciativa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Esta exposição faz parte do Projeto Direito à Memória e à Verdade, cujo objetivo é recuperar e divulgar o que aconteceu no período militar. A mostra apresenta 21 painéis impressos em lona com um formato flexível adaptáveis aos diversos ambientes.