sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Manobra fiscal custou R$ 500 milhões e salvou Dilma do Crime de Responsabilidade



Parlamentares receberam em torno de R$ 750 mil para votar a mudança na lei

Todo mundo viu a confusão no Congresso Nacional esta semana para a votação da mudança na lei que autoriza o governo a fazer umas contabilizações. As manifestações foram intensas e arranham, mais uma vez, a imagem dos parlamentares, mas parece que ninguém liga mais.

O QUE O GOVERNO QUERIA?

É o próprio governo que estipula suas metas, e este ano, com todos os problemas que estamos vendo de juros altos, denúncias de corrupção, PIB quase nulo, inflação batendo na porta, o próprio governo iria descumprir as Metas do Superávit Primário. De forma simples, é o resultado de alguns investimentos específicos que podem ser feitos e contabilizados, e da economia para pagamento de juros.

Pois bem, não daria para o governo fechar as contas, e a solução encontrada foi mudar a lei, com a chamada manobra fiscal, autorizando-o a colocar alguns outros gastos, inclusive do PAC, naquela conta deficitária.

ATENTE PARA ISTO: Se não fizesse isto, a presidente Dilma Rousseff responderia pelo crime de responsabilidade. Por isto, as regras do jogo precisaram ser mudadas aos 48 minutos do segundo tempo.

E assim foi feito. Para desviar os olhares do país sobre a operação, jogaram alguma culpa na oposição, nos manifestantes, na imprensa, e disseram que a mudança da lei traria novos investimentos para o país. Balela! A manobra fiscal somente autoriza a jogada nas contas do governo, e para 2014.

A VOTAÇÃO

Mas não foi fácil votar, e olha que mesmo com toda a zuada da oposição, foi a própria base aliada quem dificultou. Os parlamentares que apoiam o governo fizeram uma espécie de chantagem, e não compareceram à primeira votação, que não aconteceu por falta de quorum. Era para Dilma abrir o cofre.

O governo entendeu e autorizou o repasse de emendas em quase R$ 500 milhões, o que dava algo em torno de R$ 750 mil para quem votasse com o governo, isto mesmo, só se fosse aprovada a mudança na lei. A liberação dos recursos, já publicada, só teria validade com o resultado positivo para Dilma. 

Depois de quase 15 horas, o Congresso Nacional aprovou a mudança, mas ainda não terminou, pois a oposição conseguiu adiar para a próxima terça-feira, uma última votação. É mais tempo para os aliados de Dilma sugarem ainda mais do governo. E olha que tem as negociações de ministérios no meio. Sarney e Renan comemoraram, mesmo debaixo de vaias e apulpos do povo!

Ah! Você sabia que tem ministro que Dilma não recebeu durante o ano todinho? Aliás, vários! Como se governa sem acompanhar as ações dos ministérios? Mas sobre isto a gente fala depois!

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