segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

IMPEACHMENT: Riscos para Dilma‏ - Novo artigo de Adriano Oliveira



A tempestade atinge o governo Dilma. A tempestade abala a imagem de Dilma. Pesquisa Datafolha (08/02/2015) revela que 44% dos brasileiros reprovam o seu governo. As expectativas econômicas dos brasileiros estão pessimistas: (1) 81% consideram que a inflação aumentará; (2)62% afirmam que o desemprego crescerá; (3) e 55% asseveram que a condição econômica do país piorará.

No âmbito do Escândalo da Petrobrás, 77% dos brasileiros acreditam que Dilma tinham conhecimentos dos escândalos de corrupção na Petrobrás. No que condiz a imagem da presidente, 47% considera-a desonesta e 54% falsa. Portanto, existe déficit de aprovação do governo e da imagem de Dilma Rousseff.

Diante de tais dados, é possível considerar a hipótese de impeachment da presidente da República? Sim. A análise do possível impedimento de Dilma Rousseff requer a interpretação das ameaças que estão presentes e as que estão por vir. Neste instante, Dilma está frágil no Congresso Nacional. A vitória de Eduardo Cunha (PMDB) para presidente da Câmara dos Deputados e o bom desempenho do senador Luiz Henrique (PMDB) na eleição para a presidência do Senado revelam a fragilidade da presidenta.

O desgaste da imagem do governo Dilma e da sua imagem revelados pela pesquisa do Datafolha (08/02/2015) mostram que entre os eleitores a Operação Lava Jato ocasionou transtornos para a presidente. O que a Operação Lava Jato revelará mais? Esta é a indagação chave. Será que mais eventos surgirão ao ponto de aumentar a impopularidade de Dilma? Outra indagação necessária. 

A ameaça de racionamento de energia e o pessimismo econômico da maioria dos eleitores representam combinação explosiva para incentivar o aumento da reprovação da presidente entre os eleitores. Entretanto, o aumento da reprovação, caso ocorra, possibilitará intensas e grandes manifestações populares? A atual impopularidade da presidente Dilma permitirá intensas e grandes manifestações?

São as possíveis ocorrências de manifestações populares que ameaçarão fortemente o governo Dilma. Caso ações nos âmbitos político e econômico não sejam realizadas pela presidente, as quais possibilitem efeitos positivos, as condições de hoje permanecerão. E assim ocorrendo, o impedimento da presidente Dilma será uma realidade.

O fortalecimento da tese do impedimento de Dilma Rousseff depende do mercado, da imprensa, do Congresso Nacional e dos eleitores. Medidas que atendam os desejos do mercado possibilitam noticiário positivo. Superação dos desafios econômicos também. Por consequência, parlamentares inquietos tendem a se acalmar. Assim como os eleitores. Porém, se estes decidirem ir às ruas, mercado, imprensa e parlamentares ficarão extremamente inquietos. Com isto, o impedimento de Dilma poderá acontecer.

Adriano Oliveira, Doutor em Ciência Política. Professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Sócio-cotista da Cenário Inteligência. Autor de vários artigos e livros sobre o comportamento do eleitor brasileiro

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