Embora tenha prometido voltar a realizar em 2017, a verdade é que a Prefeitura desistiu do Garanhuns Jazz Festival. O próprio prefeito Izaías Régis já havia afirmado ter os recursos garantidos para a realização do grande evento, que dava mídia espontânea positiva em vários jornais, rádios e Redes de Televisão do país, principalmente nas capitais do Nordeste, mas nesta sexta-feira, a menos de dois meses para o evento, ele foi cancelado.
A falta de recursos nunca foi problema na atual gestão, pois o prefeito sempre afirmou ter muito dinheiro em caixa, em todas as entrevistas e encontros públicos. O fato de investir R$ 500 mil em duas atrações no Festival de Inverno, e mais de R$ 1 milhão no Natal Luz, também mostram que a escolha por cortar o Jazz pode não ter sido exclusivamente de ordem financeira.
O Garanhuns Jazz tinha um curador, que era também idealizador e produtor, Giovanni Papaléo, que lembra que foi a própria gestão quem aumentou o valor final investido no evento. Dos festivais produzidos pelo ex-prefeito Luís Carlos, para os três de Izaías, houve um aumento de mais de 200%. Papaléo propôs voltar aos valores anteriores, sem perder a qualidade do evento, mas a prefeitura preferiu colocar fim ao Jazz na cidade, ou melhor, promete retornar em 2017, mas não temos garantias, nem o produtor pode esperar, já que trabalha com outros eventos do mesmo perfil, como o Jazz Porto, o do Rio Mar, além de outros pelos estado e casas de shows na capital.
Quem defende a cultura e viu o investimento feito na última década, fica decepcionado por Garanhuns jogar na lata do lixo um trabalho que rendeu tantos elogios à cidade, e que a própria prefeitura, em sua atual gestão, falou tão bem, com tanta repercussão.
No anúncio oficial, a prefeitura informou que vai concentrar seus recursos no Festival Viva Dominguinhos, Festival de Inverno e Natal Luz.
Retrocedemos. Perdemos um festival que estava mostrando ao mundo uma cara cultural da cidade, com efeitos de marketing em vários segmentos, pintando em aquarela o olhar das pessoas sobre Garanhuns.
Acho que se tem de fato o interesse de voltar em 2017, não poderia deixar de ter em 2016, pois no hiato, perderemos espaço, e o trem da história. Aliás, virou história o nosso original, magnífico e (agora) saudoso, Garanhuns Jazz Festival.
Tive a oportunidade de produzir por três anos o alternativo CarnaJazz, com encontros memoráveis, no Bar Escritório de Nilton, onde recebemos Karl Dixon, Tico Santa Cruz, Celso Blues Boy, entre tantos outros, em Jam Sessions muito concorridas. Por falta de apoio, também perecemos.
Virou saudade.