O desgaste político do ex-presidente Lula com a investigação da Operação Lava-Jato parece que vai acabando com seu sonho de retornar à Presidência da República. As pesquisas indicam que as intenções de voto caem vertiginosamente, enquanto que a rejeição vai subindo. Em nenhuma pesquisa até agora apareceu à frente de Aécio Neves, o que mostra que o cenário atual não é animador para Lula, nem se desenha melhorar.
É claro que tudo pode mudar, se as investigações inocentarem o ex-presidente das ilicitudes que estão sendo apuradas, e Lula conseguir superar a rejeição, principalmente no sul e sudeste. No Nordeste, ainda tem grande eleitorado fiel. Mas com a economia em tempos difíceis e Dilma descendo a ladeira, a situação de Lula se mostra complicada.
Por isto, o PT começa a pensar no plano B.
Há algum tempo o ex-governador cearense Ciro Gomes, agora no PDT, tem se oferecido para ser o candidato do grupo, com o PT indicando o vice. Muitos aliados gostam da ideia, pois o PT pode chegar com uma rejeição estratosférica, o que dificultaria ou até inviabilizaria estar na cabeça da chapa. Porém, duas situações impedem esta composição com Ciro da forma como ele pensa. Primeiro, ele não seria "confiável", em rompantes seria capaz de relegar o PT em seu governo, deixando o Partido dos Trabalhadores sem espaço. E a segunda questão, também muito forte, é a dificuldade do PT ser coadjuvante. O PT adora ser o protagonista de campanhas, e coligação boa é que os partidos aliados apoiam seus candidatos. O PT teve candidato a presidente em todas as campanhas após a redemocratização do país. Porque não teria em 2018, para defender seu próprio legado?
Por isto, o PT estuda os nomes que podem enfrentar as urnas em 2018, sem Lula. Vamos apontar quatro deles, segundo cronistas políticos.
Dois ministros: Jaques Wagner e Aloizio Mercadante. O primeiro é o Chefe da Casa Civil, e neste momento é o mais provável. Mercadante é o preferido de Dilma, e isto já conta contra. O Ministro da Educação foi rifado da Casa Civil e tem grande rejeição do grupo Lulista.
Um prefeito: Fernando Haddad. O atual prefeito de São Paulo vai para a reeleição, e se conseguir vencer Marta Suplicy, Skaf, Charita, Russomano, PSDB, PMDB, e todo mundo que está contra, pode ser elevado à categoria dos pré-candidatos, com a vantagem de ser um nome fora do Governo Federal, jovem e com aproximação com Lula, que gosta muito dele.
Um governador. Fernando Pimentel. O mineiro deixaria a disputa da reeleição em Minas para disputar a presidência. É também um nome fora do Governo Dilma, portanto sem este peso em uma futura campanha, onde defenderia o PT e seu retorno às bases.
Para esta renovação e futuras campanhas, o PT vai procurar uma cara nova. E não acredito em composição com o PT na vice.