Depois de ter cobrado do governo Paulo Câmara um esclarecimento em nome do povo de Garanhuns sobre a transferência do Major Hudson para o batalhão de Caruaru, a assessoria da Polícia Militar encaminhou uma resposta com apenas duas linhas. Segundo o governo, “as remoções internas de policiais militares são comuns e buscam atender às necessidades do serviço ou interesses particulares dos servidores”.
Pois bem, estando descartada a segunda hipótese (interesse particular do servidor), resta a primeira: “atender às necessidades do serviço”. Está confirmada então a versão que tornamos pública no último sábado, de que a cidade de Caruaru precisou do nosso oficial e tirou este importante quadro de Garanhuns. Salvador da Pátria? Não, não se trata disso. Mas não há de se negar aqui o importante serviço que ele desempenhou nesses 16 anos. Ora, o que é bom a gente precisa puxar pro nosso lado e brigar em nome de Garanhuns. Mas é aí onde mora o problema: a falta de força daqueles que se dizem aliados do governador. Aliás, onde eles estão?
Fernando Rodolfo |
Quem vive os bastidores da política sabe muito bem como isso funciona. Não faz muito tempo o Coronel Campos, outro grande valor que Garanhuns perdeu, assumiu o comando do 9º BPM e ficou apenas dois meses sentado na cadeira. Sua atuação firme e a sua intolerância com a bandidagem na região do agreste, parece ter incomodado um político de Bom Conselho que estava à época, recém-chegado ao Palácio. E o resultado, todos já conhecem.
O caso Hudson se configura em mais uma indigesta decisão do governo. O que me incomoda, é saber que Garanhuns é forte mas não usa sua força. A Câmara de Vereadores, onde estão aqueles que deveriam representar os interesses da sociedade, se mantém omissa em praticamente tudo. Também pudera, não dá cobrar muito dela. Resta esperar que este silêncio do povo se rebele nas urnas.
Fernando Rodolfo
Jornalista