Pode parecer algo banal, principalmente para aquela parcela da sociedade garanhuense, que conta com o serviço “desde sempre”; o fato de puder contar com água encanada em sua residência. Não tão normal e cotidiano, é para o senhor Ivanildo Mendes, de 91 anos (foto), que reside na comunidade quilombola do Castainho, área rural aqui da cidade, que integra as comunidades negras, descendentes diretos de escravos. Mesmo antes de seu Ivanildo, seus pais, e familiares aguardam a chegada do serviço, que agora, está mais perto de se tornar realidade.
Para se ter uma ideia do tempo que aquela comunidade aguarda água encanada, considerando as idades dos pais e avôs do senhor Ivanildo, obtivemos a marca dos quase 130 anos, aguardando o acolhimento daquela demanda, por parte do órgão competente. No caso específico do Castainho, fazendo uma ponte com a história do Brasil, podemos dizer, aquela população aguarda água antes mesmo do processo político que desencadeou a República Brasileira, em 1889, pelo então marechal, Manuel Deodoro da Fonseca, em 15 de novembro daquele mesmo ano.
Passados quase 130 anos, quis o destino, e ele assim convocou, já em 2017; o ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal, Mário Faustino, à desenvolver um projeto que buscasse justamente a resolução para essa contrariedade; que tem apenas a idade da República. Na última terça-feira (28), Mário convocou uma reunião junto a representantes de classes rurais e urbanas de Garanhuns, e com a presença do Gerente de Unidade de Negócios Regional Agreste Meridional, da Companhia Pernambucana de Saneamento Básico (Compesa), Igor Galindo, tiveram início as tratativas que se encarregarão de viabilizar, na prática, a execução do projeto de Faustino, que levará água encanada àquelas residências quilombolas.
“Imaginar que essas pessoas esperam por isso há tento tempo, nos leva a considerar que temos muito, e por vezes não reconhecemos. Nós na cidade, digo na área urbana, quando precisamos desse líquido precioso nas torneiras, e não o temos por um dia, já demonstramos certa afobação, imaginem um espera de cerca de 130 anos. Já há um certo tempo, estou em sintonia com esses moradores, ouvindo, colhendo informações e desenvolvendo ações dirigidas a eles, mas confesso, que de momento, essa me parece de longe, uma das missões mais importantes, que espero: irei cumprir. Água é vida, e diante disso, esse povo tão alegre e humilde, cortes e amigo, merece tê-la em abundância, e vou mais além, através das torneiras”, registra, emocionado, o ex-vereador Mário Faustino.
Sendo identificada a viabilidade da chegada de água encanada ao Castainho, além do Sítio Estivas, assim como outras comunidades quilombolas, ou ainda rurais da municipalidade, vale dizer, a obra será executada através da Compesa, sob autorização e determinação oriunda do atual Governador Paulo Câmara, do PSB. “Paulo (governador de Pernambuco), já tomou conhecimento do tamanho e da importância histórica, cultural e social de tornar possível e real essa obra no Castainho e na nossa zona rural. Sendo assim, nós conduziremos daqui pra frente, um processo que considero, talvez seja o mais difícil, mas que acredito, sairemos bem sucedidos: o de trânsito e articulação política, para que nosso projeto, se torne ação de gestão. A obra é muito maior do que eu, ou que todos nós, por isso, já temos, inclusive, informação, que o Governador Paulo Câmara é sensível a essa questão. O que isso significa? Que em breve, poderemos ter a autorização para execução de uma obra histórica”, finaliza Faustino.
Assessoria de Comunicação do Partido Socialista Brasileiro em Garanhuns
Fotos: Divulgação