Izaías Régis, prefeito de Garanhuns, foi eleito com o grande discurso da união pelo município, foi o catalisador do sentimento de amor à cidade e dizia que iria trabalhar com as melhores cabeças, gerando novas lideranças políticas e ouvindo a todos. Teve até o apoio de Lula e Eduardo. No início da primeira gestão, deu certo, depois foi se distanciando da sociedade, das instituições, das pessoas e gerindo o município para um grupo restrito. Tornou-se agressivo e centralizador. Virou a própria contradição do seu discurso, culminando em apoiar um candidato de fora, quando há poucos anos liderou um movimento contrário ao que ele mesmo chamava de forasteiros.
Com o poder da prefeitura, Izaías terminou bem o primeiro mandato, tanto que se reelegeu com certa facilidade e fez todos os vereadores, mas seu estilo agora tem pesado, está em uma crescente rejeição. Tem pesado a falta de experiência na gestão pública e o pouco, quase nada, diálogo com a sociedade. Obras paradas e investigações sobre recursos federais têm sido constante, e o choque com o funcionalismo, principalmente professores, também ajudam a desgastar a imagem.
As urnas chegaram agora para mostrar esta realidade.
Izaías apoiou os deputados eleitos Álvaro Porto (PTB) e Sílvio Costa Filho (PTB) em Garanhuns. Mas eles não têm o que agradecer ao prefeito de Garanhuns. Em praticamente todos os municípios da região os prefeitos fizeram seus candidatos majoritários, mas aqui perderam, aliás, ficaram em terceiro lugar, com votações pífias para o investimento feito. Álvaro perdeu por 5x1 para Sivaldo Albino. Álvaro perdeu também para Audálio Filho, que dispunha de muito pouca estrutura em sua campanha. Silvinho perdeu para João Campos e Fernando Rodolfo. Por muito.
O prefeito colocou todo seu grupo à disposição dos seus candidatos. Vereadores, secretários, comissionados, e tudo mais. A campanha foi cara, provavelmente o voto mais caro que Álvaro teve. E começou lá no início do ano.
Especulava-se quase 20 mil votos, parecido com Zaqueu em 2014. As pesquisas mostravam que não teria isso, mas mesmo assim ninguém trabalhava com menos de 10 mil votos. Teve pouco mais de 3.600.
O resultado pífio pega Álvaro em suas possíveis pretensões de se candidatar a prefeito em Garanhuns. Não dá mais. Pega Izaías em cheio em um choque de realidade e também seu vice, Haroldo Vicente, que entrou de cabeça na campanha de Álvaro e não se mostrou uma liderança que pudesse impulsionar a candidatura do deputado em Garanhuns. Haroldo também fica, praticamente, inviabilizado para prefeito.
Resta sabe se ainda dará tempo de Izaías se reconstruir e indicar um nome competitivo para 2020, pois a resposta das urnas é que a população rejeita seu governo e seu grupo político.
Em queda, Izaías assiste o crescimento de Sivaldo Albino, que deve assumir o mandato de deputado, e a aprovação ao reitor da UPE, professor Pedro Falcão, que vem ganhando a simpatia das pessoas.
O distanciamento de Izaías das pessoas que apoiaram sua eleição é tanta, que é provável que você leitor, já tenha apoiado o prefeito ao longo desses seis anos, e hoje faça parte daqueles que querem um novo projeto de gestão municipal, mais democrático e eficiente.
As urnas disseram isso.