Três meses após o governo Jair Bolsonaro ter anunciado o preenchimento das vagas do Mais Médicos em todo o Brasil abertas com o fim do acordo com o governo cubano, o Nordeste volta a sofrer com a ausência de profissionais no Sistema Único de Saúde (SUS).
Só na região Nordeste 408 médicos abandonaram os seus postos nos três primeiros meses da gestão Bolsonaro. O número representa 40% do total de desistências registradas este ano no Brasil. E a saída tem aumentado de forma constante.
Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), há um claro desmonte acelerado do programa. A falta de profissionais se dá depois de o governo brasileiro ter mudado, unilateralmente, as regras do acordo que tinha firmado com Cuba, durante a gestão da presidenta Dilma Rousseff (PT), para viabilizar o Mais Médicos, sob a chancela da Organização Pan Americana da Saúde (OPAS). Com a saída dos médicos, o governo Jair Bolsonaro anunciou um novo edital e o preenchimento das vagas por profissionais brasileiros. A iniciativa, no entanto, se mostrou falha. Noventa dias depois do anúncio, 1.052 médicos, cerca de 15% dos profissionais, já desistiram do contrato. A situação atinge os municípios mais pobres.
Em Pernambuco, 56 médicos já deixaram o programa.