A educação do país (quase) parou nesta quarta-feira (15) para protestar contra os cortes do Governo Bolsonaro nos Institutos e Universidades Federais. Em São Paulo, por exemplo, milhares de manifestantes tomaram a Av. Paulista. No Recife, a Universidade de Pernambuco se solidarizou com a UFPE e UFRPE e também foi para a rua, inclusive o reitor Pedro Falcão.
Em Garanhuns, a manifestação foi organizada, com alegria e indignação, foi uma Balbúrdia linda! Estudantes e professores do IFPE e da UFRPE/UAG receberam apoio de vários segmentos sociais. O "quase" lá da primeira frase é porque senti falta de maior participação dos colégios de ensino médio (públicos e particulares) e da AESGA, na manifestação de Garanhuns.
Quanto à manifestação, foi praticamente perfeita. Boas falas com argumentos para fazer pensar e lutar: "Aluno de escola particular também vai para a universidade pública"; "A luta é pela educação"; "Menos armas, mais educação"; "Lutar por direitos também é dar aula"; etc.
Vi um debate sobre a presença de vereadores que apoiam o governo Izaías participando da caminhada, e certa rejeição, pois o Governo Municipal vem num litígio com parte da categoria já há alguns anos. Acho que todo apoio é bem vindo, mas os vereadores podem demonstrar este apoio à educação na causa local também.
O importante da manifestação de Garanhuns é que mais uma vez mostra uma população politizada, que vai pra rua e grita por seus direitos.
Preocupa-me o caminhar da UFAPE se não tiver seus devidos investimentos. Por isto, gostei do engajamento da equipe da universidade, na pessoa do diretor Airon Melo. Vi a vibração dos estudantes das duas instituições mais prejudicadas, e achei a participação muito importante de representantes de instituições que apoiam esta luta. Tinha uma galera do IFPE muito motivada. Se a intenção do presidente é alienar politicamente esta parcela de estudantes, o tiro pode estar saindo pela culatra.
Tem gente que analisa se uma manifestação obteve êxito pela quantidade de pessoas. Achei o número muito bom, mais do que achei que teria, mas senti que podia ter mais, se mais instituições de educação tivessem aderido. Quem sabe no continuar das manifestações.
No geral, em participação e repercussão, a manifestação de Garanhuns se soma a todas as outras do país que disseram Não aos cortes da educação anunciados pelo Governo Bolsonaro. E marca território.