Reunião de orientações sobre aposentadoria rural, DAP e outros assuntos, além de apresentações culturais, vão acontecer nesta sexta-feira (4/10), na Associação do Castainho
Cerca de 500 famílias das comunidades quilombolas rurais do Castainho, Estivas, Estrela e Macambira, no município de Garanhuns, Agreste Meridional, receberão a visita de educadores populares e dirigentes sindicais nesta sexta-feira (4). A iniciativa faz parte do Mutirão Sindical organizado pela Fetape, Sindicatos de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Polo do Agreste Meridional e associações comunitárias. Conta ainda com apoio dos deputados estadual Doriel Barros e federal Carlos Veras.
Segundo a diretora de Organização e Formação Sindical da Fetape, Jenusi Marques, o município onde vai acontecer o mutirão tem um grande potencial e precisa avançar ainda mais no trabalho de base com o apoio e o olhar da Federação. “Esse mutirão não é somente uma ação do sindicato de Garanhuns, é do conjunto do Polo Sindical do Agreste Meridional, é uma ação do coletivo. É o momento de trocarmos experiências, nos fortalecermos como coletivo. O mutirão vem junto com a estratégia de recadastramento sindical, de fortalecimento da base”.
Outro fator que contou para a escolha do município foi a experiência do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Garanhuns com o sistema Fetape Sindweb, uma ferramenta tecnológica que proporciona um trabalho eficiente para recadastramento sindical de agricultores e agricultoras familiares.
As visitas às comunidades acontecerão na quinta-feira (3), de 8h30 às 17h, e deve envolver representantes de 17 sindicatos do Polo e mais de 35 dirigentes. O mutirão culmina com a assembleia no dia 4, na Associação quilombola do Castainho. Será uma oportunidade dos trabalhadores e trabalhadoras tirarem dúvidas sobre a previdência social, as mudanças na Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP), novas filiações, quitação de carteiras, autorização e descontos na aposentadoria.
No contexto atual em que as comunidades tradicionais são perseguidas e ameaçadas pelo governo federal, o diretor de Finanças do STR de Garanhuns, Roberto Carlos do Nascimento Bezerra, destaca a importância de estar presente nestes espaços de resistência e de luta. “O mutirão é a forma de chegar diretamente aos quilombolas. É uma classe que não é valorizada pelo governo, que está cortando os direitos deles. Tanto os quilombolas quanto os indígenas. A nossa expectativa é que consigamos reunir muitas famílias quilombolas para fazermos os esclarecimentos para população da zona rural, a atualização de cadastros e carteirinhas”, explicou.
Será um dia também de valorização da cultura dos povos tradicionais com apresentações culturais e sorteio de brindes. “Acredito que esse mutirão vai render muitos frutos e inspirar outros sindicatos dos Polos a querer desenvolver uma ação como essa. A ação é para nos fortalecermos enquanto Polo Sindical”, afirmou Jenusi.