Sexta-feira, 08, por volta das 18h, o mais famoso garanhuense da história, Luiz Inácio Lula da Silva, deixa a sede da Polícia Federal em Curitiba, beneficiado pela nova interpretação do STF sobre a prisão em segunda instância. Foram 580 dias defendendo sua própria inocência, e que agora poderá continuar a fazê-lo, com a força da liberdade.
Em seu discurso, Lula citou Garanhuns, terra de onde saiu faminto aos 7 anos de idade, acompanhando D. Lindu para São Paulo. "Foi com aquela analfabeta que aprendemos a ter caráter, e isto não se vende em shopping, feira nem bar".
Em Garanhuns, olhos vidrados na televisão, não houve tempo para uma mobilização, mas no céu, os fogos mostraram a felicidade de seus seguidores, que guardam a esperança como um amuleto de um tempo no qual o Brasil foi feliz. Fogos no momento em que deixava a carceragem, que não se confundam com o Natal de Garanhuns, que começa também nesta sexta-feira. Apenas por curiosidade, coincidência ou benção mesmo!
O prefeito e o vice de Garanhuns fizeram campanha para Bolsonaro no ano passado. Em anos anteriores foram Lula, símbolos de um eleitorado que mudou de lado. Mas o Lulismo continua forte no município, ainda com militância aguerrida no seu partido e instituições alinhadas. Lógico que tem aqueles que acreditam na culpa de Lula das coisas que a Lava-Jato o acusou e condenou, é um direito que têm diante das descobertas de corrupção em seu governo, mas creio que a grande maioria ainda tem o ex-presidente como injustiçado e que a partir de agora terá maior chance de mostrar sua inocência, desmascarar a perseguição político-eleitoral que sofreu e como o país pode voltar a sorrir. O próprio Lula defende a punição dos corruptos, mas ele entende ter sido perseguido para não ganhar a eleição de 2018.
Lula vai rodar o Brasil, e este será outro daqui pra frente. Vamos ver como será este reencontro.
Lula citou Garanhuns, porque a história não se apaga e dá sempre a chance de ser reescrita. Uns defendem a reedição da ditadura com o AI5, outros querem mais democracia e direitos para trabalhadores. Este embate ideológico ficará mais claro com o antagonismo de Lula, agora, Livre.