Em uma Sexta-Feira Santa atípica, em que a Basílica de São Pedro, no Vaticano, ficou fechada ao público, o Papa Francisco surpreendeu ao telefonar a um programa de televisão para falar sobre as celebrações da Páscoa e também homenagear quem vem se dedicando a combater a pandemia de coronavírus. O pontífice chegou a comparar os profissionais da saúde a soldados de guerra.
A apresentadora Lorenza Bianchetti, da emissora Rai1, atendeu ao chamado sem saber de quem se tratava. “Alô, boa noite, Lorena, como você está?”, disse o papa, prontamente reconhecido pela jornalista, que o agradeceu por sua “participação paterna de nosso sofrimento.” Papa Francisco, então, citou a data em que se celebra a crucificação e ressurreição de Jesus Cristo segundo a tradição cristã para falar dos dramas atuais.
“Penso nas histórias de crucificação desta pandemia, os médicos, enfermeiros, enfermeiras, irmãs e sacerdotes que morreram no front como soldados que deram suas vidas por amor, resistentes como Maria sob a cruz”, afirmou o papa, horas antes de celebrar uma Via Crucis incomum, sem as pessoas acompanhando.”Estou perto do povo de Deus, especialmente daqueles que mais sofrem, das vítimas da pandemia, da dor do mundo, mas olhando com esperança, que não tira a dor, mas não decepciona”, completou.
Ao contrário do que ocorria desde 1964, a Via Crucis deste ano não se deu no Coliseu, mas em uma cerimônia privada na Praça São Pedro, na qual Franscisco leu orações escritas por cinco detentos, uma família vítima de homicídio, a filha de um condenado a prisão perpétua, uma educadora, um juiz corregedor de presídios, a mãe de um presidiário, uma catequista, um sacerdote acusado injustamente, um frade voluntário e um policial.
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