A reportagem abaixo está nas páginas do Correio Brasiliense, maior jornal da capital federal. Não traz nenhuma novidade, mas ela continua doída. Certamente os números estão melhores que tempos atrás, quando não tínhamos a força do Polo Médico. Nem mais unidades de PSF na região, UPAE (que oferta cerca de 20 especialidades), hospitais municipais, e a presença constante do Hospital Dom Moura.
Vale lembrar que a reportagem se refere à região de Garanhuns, com mais de 500 mil habitantes, então o IBGE faz este cálculo da oferta de médicos por habitante, chegando ao número de cerca de 64 médicos para grupos de 100 mil pessoas. Logicamente, são médicos dos segmentos público e particular.
Reflete também décadas onde a formação em medicina era somente nas capitais, enviávamos nossos jovens para estudar e poucos retornavam, pois os melhores já eram requisitados pelas clínicas e hospitais onde faziam suas residências.
Realmente acho que estamos muito melhores que 10 anos atrás, mas não podemos deixar de pensar depois destes dados do IBGE que mostram que deveríamos estar muito melhores. Acho que o curso de medicina da UPE vai nos ajudar muito. E vamos sentir este impacto no futuro próximo.
Nosso Polo Médico está em crescimento, mais concursos públicos e cursos na área de saúde podem incentivar e atrair mais médicos para a região. Mas cabe esta visão também regional, já que o IBGE traz os números no geral, não apenas Garanhuns, cidade-polo.
Vamos à reportagem que inspirou esta análise.
AE Agência Estado
Postado em 07/05/2020 14:35
O colapso nos sistemas de saúde em alguns dos estados do Norte e do Nordeste com o novo coronavírus coincide com a baixa oferta de médicos, enfermeiros, leitos de UTI e respiradores, problemas que existiam antes mesmo da pandemia.
Estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (DataSUS) mostra que os estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará e Maranhão apresentavam no ano passado os menores índices de distribuição de médicos para cada 100 mil habitantes entre todos os estados do País.
Recursos necessários para o combate da covid-19, como leitos e ventiladores mecânicos, também eram baixos em diversos Estados daquelas regiões.
Com quase 10 mil casos confirmados de covid-19 e 751 mortes registradas desde o início da pandemia, o Amazonas tinha em dezembro 111 médicos para cada 100 mil habitantes. Como comparação, o Distrito Federal - que apresenta os melhores índices - possuía mais que o triplo: 338 médicos para cada 100 mil habitantes.A falta de profissionais também já era vista no quadro de enfermeiros. O Amazonas tinha no ano passado 102 enfermeiros para cada 100 mil habitantes, ante 198 no Distrito Federal.
REGIÃO DE GARANHUNS
O levantamento do IBGE também aponta para regiões do interior dos Estados com maiores dificuldades de acesso a profissionais de saúde, leitos e equipamentos - e, no geral, mais uma vez a situação já era crítica no norte e nordeste.
Santarém, cidade do interior do Pará com população estimada em 786 mil habitantes, apresentava índice de apenas 58 médicos a cada 100 mil habitantes; Irecê, na Bahia, (com população de 512 mil e índice de 60) e Garanhuns, em Pernambuco, (568 mil e índice de 64) vinham na sequência.
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