NOVA POLÍTICA
Cargos seriam entregues em troca de garantir vitória de Arthur Lira para presidência da Casa
O Palácio do Planalto cogita realizar uma reforma ministerial para reacomodar aliados com vistas às eleições para o comando do Congresso. O principal objetivo é evitar que Rodrigo Maia (DEM-RJ) ou um nome próximo a ele permaneça na presidência da Câmara dos Deputados.
O governo aposta suas fichas no deputado federal Arthur Lira (PP-AL). Ao intensificar as negociações, surgiram iniciativas de trocar o comando de ministérios ou até criar pastas — parlamentares pediram a recriação do Ministério dos Esportes. Pelos cálculos do Planalto, Lira conta com voto de deputados de nove partidos. Ele sabe que não tem a maioria nessas legendas, mas aposta na “traição” de alguns parlamentares, já que a votação, em fevereiro, será secreta.
No Senado, auxiliares acreditam que o Planalto possa manter Davi Alcolumbre (DEM-AP), caso o Supremo Tribunal Federal permita a reeleição. O julgamento já começou no plenário virtual e tem prazo para ser encerrado na próxima sexta-feira.
Na madrugada de hoje, os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli apresentaram votos autorizando a possibilidade de recondução dos presidentes , uma única vez, mas a contagem começa só na próxima legislatura. Ou seja, Maia e Alcolumbre poderiam se candidatar. Enquanto isso, Nunes Marques, indicado ao Supremo pelo presidente Jair Bolsonaro, divergiu da aplicação citada por Gilmar — ele concorda com uma nova candidatura de Alcolumbre, que está em seu primeiro mandato na Presidência do Senado, mas barra novo mandato de Maia, que está em seu segundo período regular à frente da Câmara, e já havia comandado a Casa em um mandato-tampão após a queda de Eduardo Cunha.