sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Avisamos que nível de chuvas não era seguro, diz chefe de pesquisa federal




Em entrevista ao repórter Carlos Madeiro, o climatologista José Antonio Marengo afirma que os pesquisadores de órgãos de monitoramento federais alertaram o governo, ainda no segundo trimestre deste ano, de que iríamos enfrentar um período de estiagem severa no Centro-Sul do país.

Há cinco anos, Marengo é coordenador de pesquisa e desenvolvimento do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), ligado ao MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações).

"Nós já tínhamos anunciado, a partir de abril, maio, de que estávamos entrando em uma estação de estiagem; e as chuvas de 2020 foram fracas, já estávamos em situação de atenção. Os relatórios falavam que não estávamos em um nível seguro", diz.

"E foi avisado de uma situação de estiagem longa, de seca. A crise hídrica não é só falta de chuva, mas também gerenciamento —e isso vem dos governos. Por isso a gente fala: a ciência forneceu as previsões todas, mas o governo esperou a última hora para fazer racionamento e cortes."

Ele afirma também que as previsões para os próximos meses ainda são carregadas de dúvidas. "Parece que está se formando a situação ideal para chuva, mas depois isso para. Ainda estamos tentando entender", conta.

A crise hídrica levou o governo a anunciar em agosto algumas medidas para redução do consumo de energia em toda a administração pública federal.

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