O presidente Jair Bolsonaro disse ao Supremo Tribunal Federal que quer depor presencialmente no inquérito que apura sua suposta interferência na Polícia Federal. O caso teve origem em abril de 2020, no episódio que resultou na saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça. O Supremo retomaria hoje, depois de quase um ano, o julgamento sobre a modalidade do depoimento.
O pedido de Bolsonaro foi encaminhado pela Advocacia-Geral da União no início do julgamento. Antes a AGU pedia que o depoimento fosse por escrito — hoje, afirmou que o intuito da mudança de atitude é “a plena colaboração com a jurisdição”. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, pediu a suspensão da análise do plenário.
Bastidores: auxiliares do presidente avaliam que o gesto tem objetivo de dar um sinal de trégua ao STF, relata a colunista Bela Megale.
Em paralelo: a PF pediu a Alexandre de Moraes a prorrogação do prazo de outro inquérito sobre Bolsonaro — o que apura se o presidente cometeu crime ao divulgar documentos sigilosos sobre um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).