quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Esse caso do Dom Moura

Os blogs realmente mudaram a forma de se trabalhar a informação e ainda estamos conhecendo a força do seu impacto social, principalmente no interior do estado, distantes dos grandes centros e patrocinadores brasileiros, inclusive alijados das publicidades oficiais.
Os blogs são pessoais, adquirem o respeito dos seus titulares. É assim com Noblat, Josias, Kfouri, Magno, Inaldo, ou nós, blogueiros de sotaque local.
Outros meios de comunicação utilizam a internet para pautar seus trabalhos, e também por isso, os blogs se tornaram fonte primária para diversos veículos de informação.

A interatividade blogueiro/leitor é um diferencial, porém pode causar estragos irreversíveis, por isso deve haver um elo entre a responsabilidade e a confiabilidade daquele que escreve. Quanto mais respeitável a fonte e o blogueiro, maior é seu grau de inserção.

Existem os blogs meramente informativos, e os opinativos, estes são de maior impacto porque permitem o debate sobre determinado assunto, e até por isso, muitas vezes são atacados por emitir juízo de valor, principalmente por aqueles que se sentem atingidos. Na política, principalmente, é muito comum os partidários defenderem seus candidatos e atacarem os adversários. O blogueiro, nesse caso, é sempre tratado como um instrumento comprado e manipulado por A, B ou C.

Vejo nesse caso do Hospital Dom Moura, a repercussão depois que Roberto Almeida postou em seu blog as denúncias e os comentários de seus leitores. Aliado a isso veio também a entrevista do policial Ricardo ao programa Combate, apresentado pelo radialista Pereira Filho na 87 FM, um dos líderes de audiência na cidade. Aí a coisa amplificou.

Pois bem, há diante de tudo isso as fontes, que devem ser protegidas, e acusações que devem ser provadas.

Todos os argumentos já estão sendo ouvidos pelo Ministério Público, que avaliará as acusações, se de fato procedem, buscará provas, poderá requisitar documentos, e ao final verificará se existem fatos suficientes que possam gerar um processo. Por enquanto, acredito, as acusações são verbais, e a própria Emília Pessoa, diretora do hospital fez um apelo no rádio pedindo que se alguém tivesse provas que apresentasse, confiando na lisura da sua administração e na honestidade de seu pessoal.

Acho que por aí está tudo normal, no campo da comunicação e da administração. O caminho é realmente esse. Emília cobrou publicamente de Roberto Almeida que tivesse sido ouvida (o outro lado da notícia) e pudesse dar sua versão antes de explodir tudo isso.

E agora veio um contra-ataque colocando em xeque a qualificação de Roberto Almeida, e um suposto jogo político/eleitoral para beneficiar um candidato, dando a entender existir uma atitude orquestrada. Não é bem assim.

Vejo muito claro e simples todos os acontecimentos. Roberto ouviu as denúncias e colocou no blog. Gerou com isso inúmeros comentários, que foram publicados. Foi cobrada uma atitude do Ministério Público, e este convocou todo mundo para se explicar. Veio em boa hora, até mesmo, se for o caso, para que a diretora possa dar fim aos comentários, pois caso não seja provado nada, sairá como vitoriosa, dando por encerradas as acusações.

Bem, é bom dizer que o burburinho sobre irregularidades é antiga, e poderia ter sido evitada que se chegasse a esse ponto. O blogger Altamir Pinheiro já fazia as acusções em novembro do ano passado. Porém somente agora ganhou esta repercussão.

Roberto é um homem da informação, cata no ar coisas que vão interessar à coletividade, e expõe sem as amarras político/partidárias, embora sempre tenha suas preferências, e curiosamente são alinhavadas às esquerdas pernambucanas, as quais pertencem também os seus novos desafetos.

Portanto, deixo meu crédito ao jornalista Roberto Almeida quanto ao seu caráter e na certeza que cumpriu sua função social.

Quanto à administração do Dom Moura não se tem provado nada e, por isso, ninguém pode ser culpado por antecipação, sob o risco de se atingir reputações.

Não há no episódio questões político/partidárias, pois não vejo a correlação dos personagens com os adversários políticos do PSB e seus representantes. Portanto, usar o argumento de contrariedade partidária desvia o foco. Como disse Roberto Almeida, as denúncias são administrativas, e locais, por isso, tudo deve ser esclarecido no Ministério Público.

Acho que Emília Pessoa acertou em se adiantar à investigação, e até de cobrar publicamente que as pessoas que denunciaram provem o que dizem, mas se de fato, buscar desqualificar as fontes e os profissionais, pode incorrer no erro de reverberar e repercutir ainda mais o estrago. Aconselho buscar esses meios de comunicação e passar as informações necessárias para a população que os acompanha. Bater de frente com nomes como Roberto Almeida e Pereira Filho, que têm público cativo e impacto social é um grande erro, pois eles são meramente instrumentos da informação.
E mais uma vez Ivan Rodrigues deverá fazer o papel de bombeiro das enrascadas do partido em Garanhuns.
E para finalizar, talvez seja por esses erros que hoje o PSB não tenha a representatividade política em Garanhuns que espelhe o atual momento do partido do estado.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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