O multiartista das palavras, cronista e radialista, Rossini Moura, resolveu não enfrentar mais um frio intenso do inverno garanhuense, e nos deixou, nesta madrugada.
Rossini faz parte da lista das pessoas que conheci que são exemplos em tudo que fazem. De caráter retilíneo, fina ironia e inteligência fora do comum, podia fazer-se entender utilizando um extenso vocabulário para desfilar seu texto, escrito ou oral, de ideias irretocáveis.
Impossível era discordar de Rossini. Seu falar era dos estão com a verdade, a convicção.
Tive a alegria de ouvir aquela voz dizer sempre o que queria dizer sempre.
Radialista, fazia das suas crônicas o momento mais esperado do dia nas programações das emissoras que colocou voz.
Rossini fazia das palavras uma brincadeira. Muitas vezes de improviso, convidado que era para se pronunciar, dissertava com abundância de sentimentos e vocábulos sobre qualquer assunto.
Amigo da família Cardoso, tive a honra de ouvir-lhe sobre a figura do ex-deputado José Cardoso, e em outras ocasiões, dos seus filhos, principalmente Roberto Cardoso (foto), que se encontra adoentado, mas que sempre que está em Garanhuns reencontra seus amigos, e Rossini era figurinha carimbada.
Rossini participou de vários governos, sem nunca perder o senso crítico.
Emprestava seu nome e seu prestígio a vários jornais. Teve a cara do Monitor por muitos anos e o carinho da Gazeta de Garanhuns.
Escrevi certa vez, aqui mesmo no blog, em texto que relatava nossos escritores, sobre sagacidade e interpretação inconfundível de uma lenda viva da nossa crônica no rádio, Rossini Moura. Este radialista, menestrel das palavras e das observações absolutas é exemplo para todas as gerações posteriores.
Infelizmente deixa de ser lenda viva para ser parte da nossa história.
Garanhuns fica mais pobre. E o pior, pobre de conhecimento!
