Tá no JC.
.
Uma equipe da TV Jornal de Caruaru, no Agreste pernambucano, sofreu ameaças, nesta terça-feira (15), enquanto tentava fazer uma reportagem. Pela segunda vez, a equipe do repórter Fernando Rodolfo se deslocou até o município de Jupi, na mesma região, para denunciar a superlotação no único cemitério da cidade. Na primeira tentativa, segundo o jornalista, partidários da prefeita Celina Brito (PDT) intimidaram a equipe. Ontem, o profissional foi obrigado a ligar para o comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, em Garanhuns, também no Agreste, para pedir socorro.
"Só não fomos agredidos porque a polícia chegou a tempo", contou Fernando Rodolfo. Ao pedir ajuda ao tenente-coronel Abel Ferreira Júnior, três viaturas foram deslocadas até Jupi. De acordo com a denúncia, o cemitério não tem mais capacidade para realizar novos funerais. Vários cadáveres chegam a dividir uma só cova.
"Partidários da prefeita fecharam a rua, ontem, e começaram a nos fazer ameaças, dizendo que nós também poderíamos ser enterrados lá", relatou o repórter.
Segundo ele, na primeira intimidação, a equipe de reportagem tentou prestar queixa na delegacia da cidade. Mas o delegado Antônio Carlos Bezerra não teria aceitado o registro de uma queixa por ameaça. "Ele disse que ia fazer apenas um comunicado à polícia, sem nos dar sequer uma cópia", contou. Ontem, assustado, o repórter preferiu deixar a cidade.
Procurado pelo JC, o delegado contou que não tomou conhecimento de nenhuma intimidação ontem. Da primeira vez, ele argumentou que entendeu que não houve nenhum tipo de ameaça. "O que eu soube foi que o responsável pelo cemitério apenas acompanhou a equipe de reportagem. Por ser o administrador do local, entendi que ele tinha esse direito", afirmou.
O JC também tentou, insistentemente, contato com a prefeitura do município. Uma gravação atende, diz que vai redirecionar a ligação para alguns setores específicos e, ao final, pede para aguardar para falar com um telefonista. Mas ninguém responde.