domingo, 15 de abril de 2012

O fator Ivan Rodrigues

Um senhor de mais de 80 anos tem tido sua história política reescrita. Trata-se de Ivan Rodrigues, socialista convicto que acompanhou ideologicamente Miguel Arraes nos momentos mais difíceis de sua trajetória política e fez parte de seus governos, quando o mito governou Pernambuco.

Ivan era presidente da comissão provisória de Garanhuns que caducou em dezembro, e não teve sua recondução natural e imediata pela executiva estadual, e isto se deu por um único e claro motivo: Ivan não unificou o partido para apoiar a candidatura imposta pelos caciques do partido.

O ex-presidente vinha conduzindo o PSB para o debate sobre as necessidades do município, buscando cabeças pensantes capazes de montarem um amplo projeto de soerguimento social e econômico do município. Assim, nomes conceituados da sociedade e os partidos aliados no plano estadual estavam participando de reuniões mensais. Na última, autoridades discutiram a duplicação da BR-423. Somente depois se discutiriam os nomes que pudessem alinhavar todo o processo.

Claramente o PSB de Garanhuns não aceitou (e ainda não aceita) a vinda de Antônio João para Garanhuns. Isto se deu há 6 meses, e ainda hoje é forte a resistência.

Como não tem comissão provisória em Garanhuns, o partido está sem cabeça, aguarda-se que o presidente estadual Sileno Guedes anuncie os novos nomes que estarão à frente do partido nas Sete Colinas. Havia a expectativa que saísse na semana passada, e foi até divulgado por alguns meios de comunicação que o dirigente estaria por aqui para resolver e anunciar esta nova comissão. Se veio, ninguém sabe, ninguém viu.

A demora agora tem uma explicação. Para o partido, a nova comissão tem que estar atrelada ao projeto eleitoral de Antônio João, e não será fácil decidir os novos dirigentes, principalmente se for para queimar os antigos nomes do partido, que não aceitam a imposição e preferiam decidir democraticamente.

Assim, como excluir Ivan Rodrigues? Não dá. Sileno que não conhece Garanhuns, chegou a afirmar que gostaria de Ivan na executiva, mas se ele não quiser, respeitará sua decisão. Em outras palavras, é como se dissesse: "Ou aceita ou rua!". Ou "Não vai fazer falta!". Colocando a decisão para Dr. Ivan, e assim se eximindo da perda do importante quadro socialista.

Ivan, educadamente, já disse que não deixa o partido.

No outro polo, contrário a Antônio João, está Givaldo Calado, que não é considerado candidato pela executiva estadual, em hipótese alguma.

Um terceiro nome, para forçar o debate e se colocar como opção a Antônio João e Givaldo Calado, pode ser lançado a qualquer momento, e só depende das lideranças locais internas ao PSB que ficaram excluídas de todo o processo conduzido pela executiva estadual.

E Ivan, forte como o café de Garanhuns, tem o respeito de muitos amigos, que talvez tenha faltado pelos seus dirigentes de partido.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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