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Diante da possibilidade de o trio preso, na semana passada, por matar, esquartejar e comer partes do corpo de mulheres em Garanhuns, Agreste, ter feito mais vítimas, o caso pode ser repassado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Esta segunda (16), o delegado Wesley Fernandes, responsável pelo inquérito, reúne-se com o gerente do núcleo Agreste II, Glaukus Menck, e o seccional de Garanhuns, Marcos Omena, para discutir a medida.
Com mais estrutura e experiência, o DHPP teria condições de estender a busca por todo o Estado. Jorge Beltrão, 50 anos, apontado como líder do grupo, já admitiu três mortes, duas em Garanhuns e uma em Olinda. Isabel Cristina Pires, 50, no entanto, revelou que houve mais quatro assassinatos. Bruna Oliveira da Silva, 25, também tem relação com os crimes.
A busca por corpos é aguardada por moradores de Rio Doce, Olinda. Este domingo (15), eles denunciaram que outras vítimas podem estar enterradas no terreno da casa onde o trio viveu por dois anos. Os vizinhos afirmam que, além dos gritos de Jéssica Camila Pereira, 22, terceira vítima provável do trio, morta em 2008, teriam ouvido vozes de mulheres estranhas antes e depois da permanência de Jéssica na casa, que durou apenas uma semana.
Os atuais moradores da residência, na 5ª Etapa de Rio Doce, pedem perícia no imóvel para verificar se há restos mortais. “Quero que a polícia venha logo, mexa em tudo para ver se tenho sossego”, afirmou um morador, que comprou o imóvel há dois anos. Por enquanto, não há data marcada para a realização da perícia, mas ela pode ocorrer nos próximos dias.
Em depoimento em Garanhuns, onde foi preso e ficou por dois dias antes de ser transferido para outra cidade do Agreste, Jorge Beltrão revelou que tinha matado Jéssica na residência de Olinda e enterrado o corpo, esquartejado, no quintal. Mas que, algum tempo depois, teria retirado os ossos. Os corpos de duas das vítimas do acusado, Gisele Helena da Silva, 31, e Alexandra Falcão da Silva, 20, foram encontrados esquartejados e enterrados no quintal da casa em que o trio vivia em Garanhuns. Os enterros das vítimas ocorreram sábado, no Agreste e Sertão.
Os moradores de Rio Doce têm dúvidas da versão de Beltrão. “Ele pode estar dizendo que retirou o corpo para despistar. Se isso aconteceu, foi à noite, escondido. Antes de notarmos a presença de Jéssica na casa, ouvimos gritos de dor. O mesmo aconteceu depois que Jéssica sumiu. Eles podem ter atraído mais gente para a residência”, afirmou uma vizinha, sem quere ser identificada.
O caso ganhou destaque na imprensa internacional. Entre os sites que destacaram o crime estão o espanhol El País, a BBC de Londres e os argentinos Neuquén e Rio Negro.