José Wilker foi um dos grandes talentos revelados pelo Movimento de Cultura Popular - MCP, instituído pelo Governo de Pernambuco, na gestão do governador Miguel Arraes, na década de 1960.
Oriundo de Juazeiro do Norte, Ceará, José Wilker começou sua carreira nos palcos aos 13 anos de idade, em Recife, com a peça "Julgamento em novo sol", de Augusto Boal e Nelson Xavier, tendo como cenógrafa e figurinista a francesas Ded Bourbonnais, também engajada ao MCP.
Logo em seguida dirigiu vários espetáculos através do Movimento de Cultura Popular pelo Sertão Pernambucano. Depois do golpe militar de 1964, pressionado pela repressão que coloca o MCP na ilegalidade, Wilker parte para o Rio de Janeiro.
Com Luiz Mendonça, diretor de teatro do MCP, Isabel Ribeiro, Camilla Amado e Carlos Vereza, funda, no Rio de Janeiro, o Grupo Chegança, no qual atua durante quatro anos em montagens como “Morte e Vida Severina”, do pernambucano João Cabral de Melo Neto e “A Excelência” do também pernambucano Luiz Marinho.
Sua carreira ganha dimensão nacional e amplitude conquistando as telas do cinema e televisão com personagens até hoje inesquecíveis.
Sua presença na teledramaturgia brasileira será sempre lembrada graças ao seu desempenho extraordinário em novelas e minisséries como “Roque Santeiro”, “Gabriela”, “Anos Rebeldes”, “Agosto”, “JK”, “Amazônia – De Galvez a Chico Mendes”.
Apaixonado pelo cinema, José Wilker foi intérprete de obras clássicas como “Dona Flor e seus dois maridos”, “A Falecida”, “O Justiceiro”, “Estranho Amor”, “Bye, bye Brasil”, “O Homem da Capa Preta”, “Dias Melhores Virão”, “Guerra de Canudos”, entre outras. Além de ter se destacado na imprensa como crítico cinematográfico.
O Governo de Pernambuco registra com enorme pesar a morte deste grande artista profundamente ligado à cultura do nosso estado, intelectual militante das causas populares e, antes de tudo, um grande brasileiro.
João Lyra Neto
Governador do Estado de Pernambuco