Severino José Alves Paes, mais conhecido como Mano Imóveis, intermediou a venda do prédio que abriga a Rádio Jornal, e seu terreno, que fica no local mais valorizado da cidade, de frente ao Relógio das Flores. Os investidores foram os empresários do Grupo FTB, que administra as Farmácias do Trabalhador do Brasil, que já conta com mais de 1200 unidades no país, e a Drogarápida. A nova FTB estreou publicidade nacional esta semana, e apresentou seu novo garoto-propaganda, Ratinho do SBT.
Recentemente a Rádio Jornal, antiga Difusora de Garanhuns, comemorou 64 anos, e recebeu seus comunicadores mais conhecidos do rádio, como Geraldo Freire e Graça Araújo, além de todo o cast do Escrete de Ouro, quando apresentaram dos estúdios de Garanhuns a programação estadual.
Os valores envolvidos na negociação, segundo Mano Imóveis, giram em torno de 15 milhões. Mas recebemos a informação que pode ter sido mais. Além do prédio da Rádio Jornal, o Grupo FTB adquiriu o Casarão da família Figueira, vizinha à radio, no sentido do antigo Hotel Monte Sinai, que abriga o Batalhão do 9º BPM.
PRESERVAÇÃO DO PRÉDIO
Segundo Mano Imóveis, o negócio em cartório pode conter uma cláusula pela preservação do prédio, a exemplo do que aconteceu com a Rádio Jornal Caruaru, que também foi vendida e construído um shopping no local.
Entretanto, os investidores pretendem manter o patrimônio arquitetônico histórico, em respeito ao município. Segundo Mano, o terreno pode abrigar um hotel, um condomínio ou até mesmo um centro de compras, ou seja, um shopping center.
Os investidores estão capitalizados e qualquer que seja o projeto que optarem, podem inaugurar ainda em 2015. O prazo de entrega é de seis meses, ou seja, até fevereiro o Sistema Jornal do Commercio entrega o prédio, e é o tempo que o Grupo FTB tem para projetar o investimento, para dar início assim que receberem, se assim desejarem.
TOMBAMENTO
Várias pessoas estão questionando se o prédio é tombado. Não, não é! Aliás, Garanhuns não tem vigente uma Lei de Preservação do Patrimônio, nem para os prédios públicos, quanto mais os privados. Assim, depende de pedido encaminhado à Fundarpe ou ao Iphan, mas mesmo assim, não se faz assim de uma forma urgente, quando existe uma negociação comercial em vigor. Um tombamento pode levar anos, pois são feitos diversos estudos técnicos históricos.
Neste caso, aconselhamos o bom senso aos investidores, que vejam a importância daquele prédio para a história de Garanhuns e quantas vidas ao longo de mais de 60 anos passaram por ali.
Nos comentários no facebook e nos blogs que noticiaram este negócio, a exemplo de Carlos Eugênio e VeC Garanhuns, podemos perceber a boa receptividade, com a projeção de criação de centenas de empregos em nossa cidade. Por isto, será um acerto do grupo FTB se unir o empreendimento com a preservação.
E cabe agora, a todos nós, diante de uma situação assim, cobrar à municipalidade a confecção de uma lei que garanta nosso patrimônio, material e imaterial, em Garanhuns.
Não dá pra pensar em cultura somente organizando festas. Entendemos a preservação do patrimônio como uma das linguagens culturais das mais importantes, e no caso de nossa cidade, com a criação do Instituto Garanhuns, temos muito o que fazer.
