sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Debate de Aécio e Dilma é reflexo das redes sociais, principalmente o Facebook!



Em um rápido exercício, suponhamos que coloquemos agora algumas imagens no Facebook. 

Aécio: Se postássemos uma foto com o candidato bêbado, e outra com alguma proposta para o controle da economia. Qual vocês acham que seria mais compartilhada, e receberia os comentários mais ferozes? 

Dilma: Se colocássemos apenas uma mensagem no estilo "Fora Dilma e leve o PT junto", e outra com alguma proposta para a saúde, como aliás ela falou do Mais Especialidades, que não chegou no facebook, qual teria mais impacto sobre os internautas?

Levando em consideração o bom nível cultural de muitas das pessoas no facebook que se deixaram contagiar pela ira nas mídias sociais, percebemos que o tipo de postagem que atrai mais a atenção e acaba viralizando rapidamente é a acusação, o ataque fortuito à pessoa. 

Muitas pessoas perderam o equilíbrio, motivadas pelo encaminhamento da propaganda eleitoral dos seus candidatos. Mas a verdade é que é recíproco. Os marketeiros levam para seus candidatos o que eles devem dizer, como devem se comportar, e tudo isto levando em consideração o que os eleitores desejam. São as chamadas pesquisas qualitativas, mas também uma leitura de como está se desenvolvendo a campanha de rua, nos meios de comunicação tradicionais, e hoje, com total abertura e universalidade, nas mídias sociais, e aí, com predominância do Facebook.

As próprias equipes de campanha fazem os facecards que proliferam, que acabam incentivando que os militantes se inspirem neles para também fazerem os seus.

Até os debates da TV estão sofrendo a influência do Facebook, pois as frases usadas e temas levantados já são previamente escolhidos para que se possa mobilizar milhões de pessoas na grande rede de computadores. Foi assim que se desconstruiu rapidamente, em menos de 15 dias, a imagem de Marina Silva, com acusações mais pessoais que ideológicas ou programáticas. Criticaram até o cocó da ex-senadora, ridicularizando, refletindo o enorme preconceito nacional enraizado. O que tem a ver se ela é magrinha com a Presidência da República?

E os ataques deixaram de ser apenas aos candidatos, passaram a ser também aos seus eleitores. Infelizmente, amigos estão cortando relações de décadas, apenas por discordarem eleitoralmente. Fruto de uma campanha agressiva, que transcendeu, e levou muita gente a perder o respeito pela opinião do outro.

É como se fosse um jogo de futebol, e a torcida gosta mais de quem faz a falta dura, dá ponta-pé, do que um artilheiro que faz o gol de placa.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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