Inocêncio Oliveira tem a cara da Câmara Federal, onde ficou por 40 anos, com 10 mandatos de Deputado Federal, da qual foi presidente e primeiro-secretário, os dois cargos mais importantes. Sua influência era nacional, sendo em muitos momentos desta trajetória, um dos políticos mais importantes do país.
Este ano, cansado de guerra (e com problemas de saúde) resolveu não se recandidatar, e lançou seu sobrinho, Sebastião Oliveira, antes deputado estadual, para competir em seu lugar, logrando êxito.
Inocêncio foi um dos primeiros nomes a aderir a Eduardo Campos na eleição histórica de 2006, e esta parceria segue até agora, vencendo alguns instantes de críticas, inclusive eleitorais, mas superados no diálogo e na liderança do ex-governador e no próprio médico sertanejo.
Inocêncio não retornará para Brasília, mas tinha o controle do PR no estado, mas agora, nem isso.
A executiva nacional não gostou do partido no estado seguir o PSB no apoio a Aécio Neves, e tirou a legenda das mãos de Inocêncio Oliveira e entregou ao também deputado federal Anderson Ferreira. Claro, o imenso grupo do decano político se sentiu traída, demonstrou apoio a Inocêncio, chamou Ferreira de traidor e está de desfiliando do partido. Oficialmente o PR disse que a decisão foi para renovar o partido no estado. E parece que vão conseguir. A possibilidade é que não fique ninguém!
Inocêncio continua uma liderança respeitada com um grupo político, mas ficará sem mandato e sem partido, e quando todo mundo esperava sua aposentadoria, eis que a nova conjuntura lhe oferece um novo desafio.
Poderá se reconstruir e reestruturar sua força política, brigar pelo partido ou montar nova guarda em outra legenda. Ou, simplesmente, sair de cena.
Quando a política está na veia...