Álvaro Porto com as vereadoras Diretora Nelma e Luzia da Saúde |
Ex-prefeito de Canhotinho, deputado estadual eleito, Álvaro Porto parece ter encontrado uma forma de entrar em Garanhuns. Conseguiu bons apoios entre os vereadores, lideranças comunitárias e acabou sendo bem votado no município, tornando-se majoritário entre os eleitos. Foram mais de quatro mil votos, ficando atrás apenas de Zaqueu e Sivaldo, e vencendo Gersinho Filho, que se elegeu nesta sexta o novo presidente do Legislativo Municipal.
Curiosamente Álvaro é do mesmo partido de Izaías, o PTB de Armando Monteiro, mas parece que é quem tem lhe dado, neste momento, mais dor de cabeça. Na movimentação para a eleição da Câmara, Álvaro articulou junto aos vereadores que lhe deram apoio para deputado, unindo-se à oposição e à dissidência da base aliada, criando um bloco que por pouco não tirou de Izaías a presidência da Casa. Izaías só reverteu quando reconquistou o apoio de Gersinho Filho, que disputou a eleição de Deputado Estadual como seu adversário, fazendo duras críticas. Gersinho voltou pela presidência.
Álvaro busca consolidar sua influência na cidade, já no pós-eleitoral. Sendo deputado, terá cacife para investimentos e conquistas de mais apoios. Não fica claro, mesmo sendo de Canhotinho, onde elegeu o sobrinho prefeito, se pretende algo mais em Garanhuns, como disputar a prefeitura local.
Algumas tentativas recentes neste sentido foram frustradas, pois sempre pesa o fato de ser "de fora" e não morar na cidade, coisa que prejudicou Zé da Luz e Antônio João Dourado, que nem chegou a disputar a prefeitura, com forte rejeição da sociedade ao seu projeto. Garanhuns tem um perfil diferente do eleitorado de qualquer outra cidade.
Será que é este o projeto de Álvaro?
Tem um impeditivo lógico. Sendo do mesmo partido de Izaías, o futuro deputado precisaria deixar o PTB e se filiar a outra legenda no município, e aí, claro, perder seu mandato na Assembleia. E não seria também o candidato com o apoio do PSB, pelo histórico político.
Entretanto, há uma brecha, como sempre tem na legislação eleitoral. Álvaro pode sair do PTB para um partido recém-criado, e ele está em curso com Gilberto Kassab, em São Paulo, que pretende criar um novo partido, a exemplo do que fez com o PSD, para abrigar quem queira fazer o pula-pula para o governo. Neste caso, acaba facilitando também as disputas municipais.
Haveria até a hipótese do próprio Armando Monteiro deixar o PTB levando seu grupo para a nova legenda, mas aí quem não poderia migrar seria Izaías, devido ao mandato. O PTB é neste momento oposição a Dilma, e Armando apoia seu governo.
Entretanto, há uma brecha, como sempre tem na legislação eleitoral. Álvaro pode sair do PTB para um partido recém-criado, e ele está em curso com Gilberto Kassab, em São Paulo, que pretende criar um novo partido, a exemplo do que fez com o PSD, para abrigar quem queira fazer o pula-pula para o governo. Neste caso, acaba facilitando também as disputas municipais.
Haveria até a hipótese do próprio Armando Monteiro deixar o PTB levando seu grupo para a nova legenda, mas aí quem não poderia migrar seria Izaías, devido ao mandato. O PTB é neste momento oposição a Dilma, e Armando apoia seu governo.
Uma coisa é certa, independente de ser candidato ou não, Álvaro terá influência daqui pra frente na vida política da cidade, não tenho dúvidas, pela estruturação de um grupo e sua movimentação política.
Resta saber se pode caminhar junto com os socialistas na disputa eleitoral contra Izaías. As articulações na câmara mostram que é possível. E é muito possível que Álvaro possa fazer parte da base aliada do governo Paulo Câmara, deixando de caminhar ao lado de Armando.
Mas para prefeito, acredito, acho muito difícil, pelo perfil do eleitor da classe média e formadores de opinião, que mesmo ressabiados com Izaías, iriam com ele ante um candidato "de fora".
Resta saber se pode caminhar junto com os socialistas na disputa eleitoral contra Izaías. As articulações na câmara mostram que é possível. E é muito possível que Álvaro possa fazer parte da base aliada do governo Paulo Câmara, deixando de caminhar ao lado de Armando.
Mas para prefeito, acredito, acho muito difícil, pelo perfil do eleitor da classe média e formadores de opinião, que mesmo ressabiados com Izaías, iriam com ele ante um candidato "de fora".