A gente fica com a impressão de que o escândalo de Petrobras, mesmo com os grandões das empreiteiras presos pela Polícia Federal, ainda está começando, e se em algum momento não acabar em pizza, pode de fato mudar a história do Brasil, como disse a presidente Dilma Rousseff.
Enquanto o governo tenta protelar a CPI Mista no Congresso Federal, embora divulgue na imprensa que mandou investigar tudo, na prática o que se vê é o contrário. Dificultando os esclarecimento dos fatos, aos poucos a imprensa e os órgãos independentes de investigação como a própria Polícia Federal e Ministério Público vão conseguindo provas e avançando naquele que promete ser o maior esquema fraudulento da história do Brasil. E se vinha assim nos últimos 15 anos, que todo mundo responda! É um direito da sociedade brasileira.
O argumento de que sempre existiu não pode servir para aceitar a corrupção atual. Que se investigue todos e todos paguem por seus desmandos. Corrupção não prescreve e se a presidente tem provas da roubalheira no tempo dos Tucanos, que mande investigar e faça valer a letra da Lei Brasileira. Não adianta só ficar dizendo que no passado se roubava mais, se não for feito nada.
Enquanto isso, sob protestos de parlamentares do PT e de outros integrantes da base aliada, a CPI mista da Petrobras aprovou nesta terça-feira (18) um pedido para quebrar os sigilos bancário, fiscal e telefônico do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Ele foi acusado pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef de cobrar propina de empreiteiras para obras da companhia petrolífera. Estes valores eram repassados para políticos. Os partidos que mais receberam dinheiro deste esquema foram PT, PMDB e PP.
Nomes da oposição, principalmente do PSDB, como Sérgio Guerra, e até Fernando Bezerra e Eduardo Campos foram citados como se tivessem recebido dinheiro para campanha eleitoral.
Pode ser impressão minha, mas vejo dois tipos de repasses para políticos, um para campanhas eleitorais, como caixa 2, e outro, de forma sistemática, mais "formal e usual" de distribuição do dinheiro desviado a integrantes de partidos da base aliada, e diretamente aos políticos que têm mais influência nos partidos que apoiam o governo.
É isto que a CPI vai querer saber, como funcionava e se o Tesoureiro do PT gerenciava este esquema bilionário.
O pedido de quebra de sigilo foi aprovado por um voto de diferença, 12 voto a favor e 11 contra, e contou com o apoio de integrantes de partidos da base, como PMDB e PDT. O requerimento do líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), prevê a transferência dos sigilos de Vaccari entre 1º de maio de 2005 e 20 de maio deste ano.
Enquanto o Governo vai culpando os Tucanos pela corrupção, é a própria base aliada que está criando as dores de cabeça em Dilma neste momento.
Parece que para governar, o PT vendeu a alma ao diabo, como se diz na gíria!
