Homenageada do #FIG2015, a escritora Luzilá Gonçalves Ferreira está revivendo algumas memórias sobre Garanhuns e o Festival de Inverno no site oficial do evento.
"Garanhuns: um passado não vivido"
Minha mãe tocava no órgão da igreja, preparava cada lição, marcando com sua bela caligrafia no velho Hinário publicado em Portugal: “este para quarta feira, substituir cinco sustenidos por dois bemóis”.
Meu pai feliz a cada chegada de um filho, sempre apressado, registrando o nascimento quinze minutos depois do acontecido, os atestados do cartório o provam, um deles tendo por testemunha o cantor Augusto Calheiros, em outubro de 1918, imaginem.
Garanhuns: eu menina, diziam que era a cidade das flores, o que nunca pude comprovar. Ao lado do Sanatório Tavares Correia havia a casinha onde nasci, derrubada para ampliação do jardim daquele hotel. Durante algum tempo, eu ainda conservei a foto da casa, comprada por minha mãe com suas economias enquanto fotógrafa da Cidade, sim senhora.
Garanhuns é uma paisagem bem viva, com os amigos que lá vivem, com minhas duas primas, mas sobretudo pela recordação de um tempo que não vivi e do qual tenho saudade.
Para saber mais: http://www.cultura.pe.gov.br/canal/fig2015